A Liga de Futebol Amador de Mogi Mirim (Lifamm) quer barrar a presença de jogadores que não sejam de Mogi Mirim em campeonatos do futebol amador em 2014. Uma reunião realizada na última semana entre 16 dirigentes da liga sacramentou a decisão, que teve apenas um voto contrário. O regulamento atual permite que dois atletas que não possuem vínculo algum com a cidade possam atuar nas competições. Agora, com a nova decisão, os jogadores terão que comprovar ao menos dois itens que provem alguma ligação com a cidade, como residir, trabalhar ao menos um ano com carteira assinada ou votar em Mogi.
Aqueles que possuam algum imóvel registrado também terão vantagem. Outro objetivo com a decisão é valorizar jogadores locais, visando lapidar talentos e oferecer oportunidades, em demasia, para atletas com faixa etária de 15 a 19 anos.
“Foi uma decisão tomada em conjunto com a diretoria da Liga (Lifamm), quem não tiver vínculo com a cidade está proibido de participar. Todos os campeonatos organizados pela Lifamm serão assim. Se comprovar que mora aqui, pode jogar”, explicou o presidente da Liga, Silvio Capitoni.
Aliado do desejo da Lifamm, o desejo da Prefeitura também pesou para a decisão. Isso porque o Executivo investe uma quantia financeira para a realização das competições e o fato de atletas de fora de Mogi se destacarem nos campeonatos é algo não visto com bons olhos. “Enquanto nossa gestão estiver aqui, será assim”, ratificou Silvio.
A chapa do presidente, à frente da liga desde o primeiro semestre deste ano, após uma conturbada eleição, fica até março de 2015.
Contesta
Ciente de possíveis reclamações de dirigentes de clubes, Capitoni é enfático. “Conhecendo os dirigentes, sei que não vão aceitar legal, vão bater o pé. Mas temos o pulso firme, não vamos arriar, é sem retorno (a decisão)”, disparou.
“Existe uma nova geração que precisa de oportunidade. Muita gente vem de fora e pega o espaço”, reclamou o presidente.
Na última final da Série A, que sacramentou pela primeira vez o título do Novacoop, tanto a equipe da zona Norte, como a Vila Dias, atuaram com goleiros que não residem em Mogi Mirim.
Gerel defende a democracia na decisão
Procurado pela reportagem, o gerente de Esportes, Recreação e Lazer (Gerel), Dirceu Paulino, afirmou estar ciente da decisão há poucos dias e que não participou na reunião entre dirigentes da liga que bateu o martelo para a provação da decisão. Na opinião de Dirceu, os clubes devem ser ouvidos. “O que me agrada é a democracia, ouvir o que os times querem. Deveria ter sido feito uma reunião para escutar os clubes”, disse.