São mais de 130 boletins de ocorrência registrados somente na Delegacia de Mogi Mirim. Eles retratam Syngrewston Oliveira de Lima, responsável pelo Syngre BetClub, como autor de um golpe milionário. No final de 2019, o caso veio à tona quando um grande número de pessoas procurou a Polícia Civil para registrar os fatos.
Na ocasião, ventilou-se que o número de vítimas lesadas poderia ultrapassar a marca de 600 pessoas e que o prejuízo era estimado em mais de R$ 25 milhões. De acordo com levantamento feito na ocasião, configuravam como vítimas do golpe empresários, advogados, contadores, sendo pessoas de Mogi Mirim e de diversas partes do país.
Apontado como mentor do “clube de apostas”, Lima, como ficou mais conhecido, está preso desde o início de junho passado. Ele foi capturado por policiais do Sul do País.
Quando o caso veio a público e foi amplamente divulgado pela imprensa, foi relatado que o clube de investidores foi criado por Syngrewston Lima em meados de 2018, trabalhando com a promessa de rendimentos que variavam de 30% a 50% de lucro sobre o valor investido.
Os primeiros boletins de ocorrência datam de 13 de dezembro de 2019. Antes, havia um B.O. registrado por familiares do suposto autor, dando conta de que o mesmo estaria desaparecido. De acordo com familiares, ele havia desaparecido no dia 9 do citado mês, quatro dias antes da informação sobre os golpes “estourar”. Após o registro dos familiares, a Polícia Civil teria sido comunicada pelos mesmos de que ele teria sido encontrado em Ribeirão Preto (SP).
Logo que o caso se tornou público, muitas pessoas procuraram a polícia, e muitos dos que foram lesados chegaram a invadir a sede do clube, na Avenida da Saudade. A casa dos pais do suposto golpista, no Parque da Imprensa, também foi invadida.
Dias após os primeiros registros, um advogado do Paraná teria procurado a Polícia Civil de Mogi Mirim e informando ser representante de Lima. Na ocasião, ele mencionou que seu cliente pretendia se apresentar, fato que acabou não ocorrendo. Inclusive, um indivíduo que trabalhava no “clube” prestou depoimento. Muitas das vítimas de Mogi Mirim deram continuidade no processo, que segue em tramitação no Fórum local.
Funcionamento
Segundo as vítimas, o clube funcionava após pessoas investirem seus valores e, mensalmente, retirarem os juros. Estes, no início, seriam de 50% do valor aplicado e depois o percentual baixou para 30%.
Inúmeras pessoas foram levadas a investir após conhecidos estarem lucrando e também pela forte divulgação da marca que estava sendo feita.
Entre os investidores, existem pessoas que disponibilizaram R$ 750 mil, R$ 400 mil e R$ 200 mil. Mas, há registros de valores menores. Uma mulher chegou a vender o carro, que havia financiado em 60 meses e entregou o valor total ao clube. Pessoas chegaram a vender casas, terrenos e fazer empréstimos acreditando que recuperariam o valor investido acrescido de juros.