De volta ao Boteco, o volante Luciano Bridi recorda um episódio com Bentinho, ex-Lusa, e aborda uma contusão que enfureceu Wilson Barros e prejudicou sua carreira no Sapo.
Boteco – Algum jogo te marcou no Paulista de Aspirantes?
Luciano – Teve um no Morumbi, era época que o São Paulo tinha dois times praticamente. Era pegada. Eu lembro de um jogo… Lembra do Bentinho, que jogou na Portuguesa? Na época ele já era profissional. Quem não jogava no time de cima ou tava expulso, jogava no aspirantes. O Bentinho já era destaque e eu com 17 anos marcando ele, ele ficou meio doido lá, acabou sendo expulso.
Boteco – Você deixou ele nervoso?
Luciano – É, mas nada de malandragem. Eu chegava mais firme nele e ele ficou meio nervoso. Ele deu uma cotovelada, nem pegou, mas o juiz viu, ele foi expulso. Uma coisa que marcou foi quando teve um combinado Mogi e Ferroviária que foi para o Japão, daí o Capone foi… Eu não fui e foi na época que eu operei o joelho. Daí eu dancei com essa viagem. Foi um pouco frustrante. Na época, eu, meu pai, o pai do Capone, a gente tirou o passaporte. E o Capone teve proposta de um time italiano, só que o Wilson não vendeu.
Boteco – A contusão atrapalhou seu desenvolvimento no Mogi?
Luciano – De certa forma atrapalhou, porque eu acabei me machucando fora do clube. De férias, brincando, aí voltei machucado, fiquei meio queimado com o Wilson de Barros.
Boteco – Wilson ficou bravo?
Luciano – Nossa… Ele falou um monte, na frente de todo mundo, porque eu voltava para treinar com o profissional.
Boteco – E era contusão grave ainda?
Luciano – Era, eu fiz menisco e a cartilagem do joelho, na época era… Hoje menisco é muito simples, mas na época…
Boteco – A primeira pessoa que você comunicou foi o Wilson?
Luciano – Eu não comuniquei ninguém, voltei meio com medo, aí o pessoal viu que eu tava machucado. Nem falei com o Wilson, falei com o médico. Mas daí ele falou um monte na frente de todo mundo lá, dos profissionais, mas com razão.
Boteco – Você chegou perto de ter uma chance com o Vadão? Você até tem uma característica ligada ao Carrossel que é a parte técnica do jogador de zaga que sabe jogar no meio.
Luciano – Isso, ele valorizava bastante justamente isso, por isso eu entendo que ele colocava volante de zagueiro, para ter essa saída de bola. E o Vadão me deu oportunidade de treinar ali com 17 anos, muita gente já estourando idade não estava e eu estava no profissional já treinando. Depois da contusão, daí eu já fiquei meio que marginalizado lá. Depois eu fui dispensado, eu tava com 19, o Maércio me dispensou, aí o Canhoto tinha ido para o Londrina. Daí eu fui para o Londrina. Lá eu fiquei pouco tempo, na realidade eu tive um convite de um amigo para ir pro Grêmio, fiquei lá 15 dias, mas ninguém definia nada. Um amigo meu que tava lá, Baggio, me levou, fiquei 15 dias no alojamento, mas eles não davam uma definição. E o Canhoto estava no Londrina, me chamou, aí eu larguei e fui pro Londrina. Fiquei 3 meses lá, mas daí desanimei.
Boteco – Chegou a disputar algum campeonato lá?
Luciano – Disputei na época Paranaense Júnior. Antes eu já tinha jogado lá pelo Mogi, a Taça Londrina. Fomos vice-campeões, ganhamos de 4 a 1 do Grêmio, 3 a 0 do Santos, ganhamos de time grande e perdemos na final pro XV de Jaú.
Boteco – Luciano volta para abordar histórias no Amador, onde coleciona conquistas.