sexta-feira, maio 9, 2025
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Luiz aborda falta de receita no Mogi Mirim, que pode afetar o ano de 2017

No segundo bloco da entrevista com o presidente do Mogi Mirim, Luiz Oliveira, o dirigente diz não ter hoje receitas para a condução do clube e admite que um empréstimo junto à Federação Paulista de Futebol poderá impactar as contas de 2017, no mínimo com a montagem de um elenco mais econômico.

Em comparação ao início do seu mandato, qual é a proporção do desequilíbrio e da dívida acumulada?

O desequilíbrio ainda é em torno de pelo menos 20% a 30% entre o que recebe e o que (gasta), sem dúvida nenhuma.

De que forma você pretende recolocar as finanças em dia?

Com austeridade fiscal, administrativa, reduzindo o custo deste clube, reduzindo as estruturas fixas de custo. Reduzindo essa estrutura cada vez mais, com vistas a equilibrar receita e despesa. Não existe nenhuma outra receita, nenhuma receita mágica. Dia a dia, paulatinamente, você vai tentando reduzir. Para isso você faz uma reorganização do quadro profissional, procura ser mais preciso na contratação de atletas, com salários menores. Seja na escolha de fornecedores, com tudo, buscando a redução de custos em todos os setores, não só nos de pessoal, em todos. A ponto de ter que sair daqui, apaga uma luz, por exemplo, economias assim, que você olha pequenas, que se somadas tendem a aumentar o espectro dessa economia.

"Tem que fazer uma engenharia financeira, porque hoje o Mogi não tem receita, que receita o Mogi tem?", questiona Luiz, em entrevista a O POPULAR.(Foto: Arquivo)
“Tem que fazer uma engenharia financeira, porque hoje o Mogi não tem receita, que receita o Mogi tem?”, questiona Luiz, em entrevista a O POPULAR.(Foto: Arquivo)

Quais as receitas que permitirão uma mudança no quadro atual hoje e que podem ser agregadas?

Hoje não tem receita nenhuma, atualmente não tem. Está disputando uma competição nacional, Terceira Divisão, está entre os 60 clubes mais importantes do país, 20 da Série A, 20 da Série B, 20 da Série C, Mogi está entre eles e você não tem um real de contrapartida desse dinheiro. Sendo que desse jeito você não tem receita, tem que fazer uma engenharia financeira para administrar, sem receita, porque hoje o Mogi não tem receita, que receita o Mogi tem? Receitas estão previstas a partir do ano que vem, por isso a gente está lutando para tentar trazer o time de volta à Série B.

O clube antecipou receita (cota de transmissão do Campeonato Paulista) da Federação Paulista ou CBF? Fez algum empréstimo?

Da CBF não teve nada. Da Federação uma ajuda para colocar a parte tributária e fiscal em dia, porque agora é lei também.

Mas já é antecipação de receita ou é outro tipo de empréstimo?

Só tem uma maneira de você pegar essa verba, você pega do que você tem.

Houve uma notícia de que não era antecipação, mas um empréstimo e que se o Mogi Mirim não acertasse, aí sim descontaria da receita do Paulistão.

Foi esse modelo, não houve a antecipação, estamos fazendo empréstimo.

Você pode falar qual a taxa cobrada de juros?

Isso não, geralmente menor do que o mercado.

Qual o impacto deste empréstimo para 2017?

Estamos gerindo para minimizar qualquer tipo de impacto, mas pode ter, não dá para precisar agora. Mas pode haver impacto no sentido de ter que montar um elenco mais econômico, isso não tem jeito.

Afeta também a questão de fornecedores?

A partir deste momento, não tem aumentado o rol de déficit com os fornecedores, a gente tem acertado.

Vocês não estão fazendo novas dívidas?

Não.

O Mogi Mirim pagou uma parcela da dívida do clube com o ex-presidente Rivaldo. Por que foi pago considerando haver uma ação judicial questionando a dívida?

Eu entendo o seguinte. O Mogi até que se prove o contrário, pelo próprio caminho da ação, que existe uma ação interposta, o Mogi não teve nenhuma… Quando a gente fez o pagamento da primeira parcela a gente não tinha nenhuma direção ou decisão, como a gente não tem hoje, até onde eu sei como está o processo, de não ter que pagar. Se chegar aqui, o Mogi pagou o primeiro, não pagou a segunda porque não tem recurso para isso, mas se o Mogi tivesse hoje recurso suficiente para tocar as despesas aqui, com certeza estas parcelas estariam sendo pagas até que se chegue aqui uma decisão para não se pagar. Porque assim como as partes envolvidas, Rivaldo e os sócios, antigos sócios, ou seja, quem for, o Mogi também é interessado. Porque a gente precisa, a gente quer saber o que é essa dívida. A gente está à mercê da Justiça, conforme o processo andar, conforme ele for andando a gente vai saber o que a Justiça vai decidir. É difícil para o Mogi no meu caso, a gente ter chegado em um clube e saber qual é a parte… A gente não vai entrar nesse mérito, a Justiça está aí para isso, para saber explicar quem está com a razão. A minha posição é se manter neutro, o que a Justiça decidir eu vou acatar.

Por que no balanço do exercício de 2015 a dívida que seria com Rivaldo está registrada em favor do ex-vice-presidente Victor Simões no total de R$ 11.626.248,00? Foi uma transferência de dívida?

Este é outro caso que eu também não sei responder. Porque no meu entendimento como leigo e eu questionei o auditor por que essa dívida não saiu no nome com o Mogi devendo ao Rivaldo. Por que saiu o Victor? A explicação que ele me deu é que contabilmente falando tinha que sair como Victor, não sei detalhes. Seria uma boa pauta perguntar para o rapaz que fez essa auditoria, porque eu não tenho essa informação. Eu entendo na minha visão de leigo, que não sou contador, que tinha que ter saído o nome do Rivaldo. Porque na minha visão acaba ficando assim do jeito que está hoje: o Mogi deve pro Victor, que deve pro Rivaldo. Eu acho que quem deve pro Rivaldo é a instituição, não é o Luiz, não é o Victor, é o Mogi. O Mogi deve até que se chegue a um denominador comum desse débito que está sendo questionado na Justiça. (O POPULAR apurou que na prática houve mesmo a transferência de dívidas e o Mogi Mirim deve hoje a Victor Simões, que realizou o empréstimo ao clube do valor que assumiu o compromisso de pagar a Rivaldo).

O Mogi Mirim tem obtido algum recurso com a negociação de jogadores? Quais os mais relevantes em sua gestão?

Não tem obtido nada ainda, não fizemos nada, porque não conseguimos sair com um jogador daqui. Temos jogadores de conhecimento que foram, estão aí no mercado, na nossa gestão, que foi o caso do Glécio, para o Anderletch, da Bélgica, que pode retornar algum recurso para o clube. E tem o Yan, que está no Inter-RS. Dois empréstimos.

O Mogi recebeu algum valor pelo empréstimo?

O Mogi não recebeu nada, só trabalhou com uma venda, empréstimo futuro, a médio ou longo prazo.

Como foi o resultado da reunião dos clubes da Série C por recursos na CBF?

Eu fui um dos articuladores desse grupo, como eu já tinha te falado, junto com o presidente do Botafogo, mas não prosperou no sentido economicamente falando. Porque a grave crise que o país atravessa, ela não permite à CBF aumentar as despesas correntes. No caso, quando ela tem que dar um dinheiro para a gente, ela está gerando despesas sendo que a receita dela também tem caído. Então infelizmente nosso país voltou há duas décadas em termos de desenvolvimento, de PIB. E não existe mais liquidez, dinheiro circulando no mercado. Seja na instituição maior, mor, que é a CBF, seja na Federação Paulista, seja nos clubes, está difícil, a situação é crítica em termos econômicos.

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