Medalhista de ouro no Parapan-Americano, o mesatenista mogimiriano Luiz Felipe Guarnieri Manara pretende surpreender nas Paralímpiadas do Rio de Janeiro.
A estreia do mogimiriano está marcada para sexta-feira.
O mesatenista explica estar em um patamar abaixo dos favoritos no ranking da modalidade, mas nutre a expectativa de fazer bons jogos em função da boa preparação realizada. “Acho que tenho capacidade de surpreender”, garantiu, descartando que o fato de ter sido ouro no Parapan-Americano, disputado no Canadá, sirva de referência. Isso porque argumenta que nível o da competição em que foi ouro é expressivamente inferior ao das Paralimpíadas. No Canadá, Manara era o cabeça de chave número 1 e teoricamente o favorito.
Entre os principais adversários, Manara aponta mesatenistas da China, Ucrânia, França e Reino Unido. “É uma competição muito forte, o nível vai ser bem alto”, observou.
Disputa
Há 18 atletas na categoria de Manara, a classe 8 individual, que terá seis grupos de três mesatenistas, classificando-se os dois primeiros de cada grupo para as oitavas de final.
Manara também irá competir na disputa por equipe ao lado de Paulo Salmin e Israel Stroh. As disputas têm um modelo semelhante à Copa Davis, de Tênis, e começam nas oitavas de final, apresentando um jogo de duplas e dois individuais para formar uma melhor de três.
Vila
A grandiosidade da Vila Paralímpica encantou o mogimiriano, inclusive no aspecto da organização, acima do que esperava pelos comentários relacionados aos Jogos Olímpicos. “Muito daquelas coisas que reclamaram nas Olimpíadas eu pelo menos não estou vendo nas Paralimpíadas, está muito bem chefiado, refeitório, os prédios, toda organização, é um evento gigantesco”, salientou.
Caso seja possível, Manara pretende assistir outras modalidades, mas não sabe se haverá tempo devido aos jogos e treinos.
Embora não tenha um ídolo nos esportes paralímpicos, o mesatenista admira alguns nomes como o nadador Daniel Dias, com diversos ouros conquistados na carreira. “É um exemplo para todo mundo. Poder conviver com ele nos refeitórios e ver um cara como esse tão simples e tão bacana podendo passar sua experiência para gente é muito importante para você ter uma noção e poder tirar alguns dados”, colocou.
Outro nome citado é do mesatenista Welder Knaf, medalhista de prata em Pequim, com quem Manara está dividindo o apartamento. “Você poder pegar algumas experiências assim é muito importante para tentar desempenhar o seu melhor”, raciocina.
Mesatenista se vê bem, mas emocional é fator importante
Questionado se considera estar no auge da carreira, Manara apontou ser difícil fazer uma autoavaliação e sempre buscar a evolução, mas admite a possibilidade de estar neste patamar atualmente. “Eu me sinto muito bem, estou treinando muito solto, há cerca de um mês, conseguindo executar os golpes da forma como eu desejo. Se isso for o auge mesmo da minha carreira, acho que estou nele sim e espero conseguir colocá-lo em prática nos Jogos”, reflete.
Uma preocupação do mesatenista é com o fator emocional pela experiência diferenciada de disputar as Paralímpiadas. “Tem muitos fatores que podem influenciar na hora de jogar, como o nervosismo de uma grande competição como essa, que é um negócio que não dá para você falar que está acostumado. Então tem que ver como eu vou conseguir me portar quanto a isto”, comentou.
Disputar a competição já é uma vitória para o mesatenista, que garantiu a classificação com a conquista do Parapan. Nos últimos anos, Manara treinou em tempo integral com a seleção brasileira. Visando a evolução, passou a morar em Piracicaba para treinar. “Eu me preparei, abdiquei de algumas coisas da minha vida para me dedicar nos últimos três anos visando estar aqui hoje”, ressaltou.
A sensação de estar na Vila Paralímpica é especial e vem sendo experimentada por Manara nos treinos até como forma de se aclimatar à competição. “Quando você entra no ginásio de jogo é que você vê que tudo o que você fez valeu a pena. Por isso que é até bom treinar na área que você vai jogar, porque dá uma emoção diferente e você tem que se acostumar com isso para não atrapalhar o seu desempenho”, explicou.
Por outro lado, o fato de a competição ser no Brasil transmite mais confiança a Manara, que terá o apoio da família no ginásio. “A torcida do nosso lado é muito legal”, celebrou.