Quebrando o silêncio em relação à confusão registrada na partida contra o Novorizontino, em março, o presidente do Mogi Mirim, Luiz Oliveira, negou ter ofendido e ameaçado o árbitro José Cláudio Rocha Filho, conforme havia sido registrado em súmula pela arbitragem. Em virtude do relatado, Oliveira foi suspenso pelo Tribunal de Justiça Desportiva da Federação Paulista por 90 dias e recorreu, com pedido de um efeito suspensivo. Com o pedido, Luiz almeja ficar livre da pena até um novo julgamento, quando pretende estar presente e apresentar sua versão. No primeiro julgamento, o dirigente reclama não ter sido comunicado da mudança da data e não compareceu. Já o Mogi Mirim foi multado em R$ 1 mil.
“A acusação a mim não se sustenta”, garante o presidente.
Luiz frisa que o time estava horrível, mas foi amplamente prejudicado, com uma série de erros da arbitragem. O dirigente afirmou que esperou o juiz no túnel de acesso ao vestiário e reclamou, sem ofensas ou palavrões. “Eu falei: senhor José Cláudio Rocha, por favor, peça pro seu quarto árbitro descer no meu vestiário e ver meu jogador que está saindo de ambulância com o joelho estourado. O senhor não deu nem falta e nem um cartão”, contou.
“E você, bandeira, a bola nem bate na trave e nem entra, você já está levantando a bandeira. O senhor está mal colocado e depois você não quer que os chamemos de mal intencionado. Não houve palavrão, nenhum desaforo, não houve nada. Não estourei porta, não tenho esse perfil”, desabafou.
Na súmula, foi informado que a porta do vestiário da arbitragem foi arrombada, mas sem identificação do autor dos chutes.
Luiz disse que já havia feito reclamações oficiais na ouvidoria da Federação Paulista de Futebol e irá apresentar um dossiê no julgamento com erros em diversos jogos. “Ali eu estava no meu limite. Mas vamos argumentar de forma técnica e oficial, não é do meu feitio brigar”, apontou.
O dirigente disse ser importante falar com a imprensa, pois como havia se silenciado antes, apenas uma versão do caso acabou divulgada.
Sobre a torcida ter jogado pedras em direção ao vestiário da arbitragem, Luiz conta a curiosidade de que a primeira lançada atingiu justamente seu carro. “Eu ofereci meu carro blindado pra ele (árbitro) sair do estádio porque ele estava morrendo de medo de sair”, revelou.
Luiz conta já ter falado em um arbitral da CBF na Série C sobre o endeusamento dos árbitros. “Eu falei: como se diminui esse poder do árbitro, porque é quase uma divindade dentro do campo. Você não pode falar, não pode apontar”, afirma, reclamando também da tabela por fazer quatro jogos seguidos fora no Paulistão, o que foi discutir com o presidente da Federação. “Eu brigo nas ideias, não na baixaria, mas se tiver que brigar também, ninguém é santo, uma hora a gente vai brigar”, colocou.