O mogimiriano Ackson Diego de Oliveira já garantiu uma vaga no Mundial de Luta de Braço. Ou, sendo mais formal, para o World Armwrestling & Para-Armwrestling Championships, nome oficial da competição, organizada pela World Armwrestling Federation (WAF), em tradução livre, Federação Mundial de Luta de Braço. O evento será de 17 a 26 de setembro, em Batumi, na Geórgia.
Um dos representantes da equipe Águias de Aço, Ackson garantiu a vaga em 2019. Isto porque o campeonato aconteceria em 2020, já que é um evento anual, promovido pela WAF desde 1979 e que chegará à sua 42ª edição.
A classificação foi conquistada ao vencer a categoria sub21 do Campeonato Paulista de Luta de Braço. Ele também venceu o Campeonato Brasileiro de Luta de Braço, em 2019, lutando na categoria até 60kg, em que venceu na sub21 e sênior. Na soma dos pontos, conseguiu a vaga para o mundial.
Em agosto do ano passado, devido à pandemia de Covid-19, a WAF anunciou a transferência do evento para 2021. Assim, a equipe Águias de Aço continuou com o título de terceira melhor do Estado de São Paulo. “Só não ganhamos o título por Equipe no Brasileiro também porque não tivemos dinheiro para levar todos os 16 atletas, fomos apenas com quatro atletas, de carro”, relembra Paulo Paços, presidente e treinador da equipe.
Ackson, então, partiria para a Europa em busca de quatro medalhas. Na sênior, ele luta com atletas de 22 a 39 anos. E, na sub21, de 19 a 21 anos. E, em cada uma delas, ele encara as disputas com o braço direito e o braço esquerdo.
Ackson, no centro, quando ganhou o ZT Armwrestling League, em São Paulo, na edição 2019 | Foto: DivulgaçãoAjuda
Muitos treinos, muitas lutas. Vaga garantida. Mas, o caminho de Ackson até o mundial da sua modalidade não é tão certo assim. Muito menos fácil. Para representar Mogi Mirim, estima um custo de R$ 15 mil. Isto inclui passagens aéreas, hospedagem, alimentação e inscrição nas categorias em que obteve vaga.
Para contornar a situação, criatividade. Uma rifa foi realizada e ajudou a custear as tarifas para o passaporte. Mesmo assim, é pouco. “Está difícil até de vender rifa. Até o momento ele não conseguiu os recursos para poder ir. Ele continua treinando firme com esperança até o último momento”, contou o treinador.
Também está aberta uma vaquinha online, para a doação de qualquer valor. O endereço é (https://www.vakinha.com.br/vaquinha/rumo-ao-mundial-ackson-diego-de-oliveira). Havia a ideia de promoção de um bingo ou até de competição, em Mogi Mirim. Porém, devido às restrições necessárias pelo combate à pandemia, são ações inviáveis.
Eles ainda contam com o apoio de empresas que se interessem em ajudar os mogimirianos a ir ao mundial. Basta entrar em contato através do facebook da equipe (Águias de Aço), do instagram da equipe (@aguiasdeacomogimirim), do facebook do atleta (Diego Oliveira), do instagram do atleta (@ackson_diego) e até mesmo pelo WhatsApp do atleta (19 99954-1034).
Carreira
No Dia das Crianças de 2017, Paulo Paços promoveu uma gincana na Escola Estadual Aristides Gurjão, no distrito de Martim Francisco, em Mogi Mirim. A ideia era promover a luta de braço e atrair mais atletas para a Águias de Aço. Ackson estudava na unidade, participou, se interessou e não parou mais. O treinador, logo depois, também iniciou um voluntariado no programa Escola da Família, no Residencial Floresta, e o lutador passou a treinar com a equipe.
Em fevereiro de 2018, disputou o Campeonato Paulista de Estreantes. E já garantiu um pódio. Nunca mais parou. Entre 2018 e 2019, participou de cinco regionais, do Paulista de Estreantes, do Campeonato Paulista, da Copa do Brasil e do Campeonato Brasileiro, além da Liga Latina Americana e da ZT Armwrestling League, sempre subindo no pódio.
Entre os principais feitos, está a atual condição de bicampeão paulista, bicampeão latino-americano e tricampeão brasileiro. No caso das conquistas nacionais, no sub18, em 2018, e sub21 e sênior, em 2019, sempre na categoria 60 quilos. “O garoto é um fenômeno, muito dedicado”, reforça o treinador. Todo o esforço sempre passou pela esperança de garantir vaga em um mundial.
Agora, com a conquista de seu lugar no campeonato internacional, resta mais uma queda de braço. Derrubar as despesas e reunir condições de financeiras de ir à Geórgia. Nesta luta, mais do que o talento, o esforço e a força dos braços, Ackson vai precisar da ajuda daqueles dispostos a ver Mogi Mirim representada em um torneio de alto nível. Boa sorte, garoto!