Felipe Vidolin
Era dezembro de 2015, eu e um grande amigo fazíamos uma análise gráfica e fundamentalista da empresa MGLU3 (símbolo do ativo da empresa Magazine Luiza), quando meu amigo, por sua vez, me disse a seguinte frase: “Vidolin, eu confio no Deutsche Bank, ele recomendou a compra do ativo MGLU3 e disse que pode ter um potencial de ganhos na ordem de quase 500% em um ano”.
Essa notícia, encabeçada pelo banco Alemão, saiu no noticiário econômico brasileiro em dezembro daquele ano, onde este, por sua vez, recomendava a compra do ativo MGLU3. Pois bem, se o tempo voltasse atrás meus caros leitores, teríamos investido nossas vidas nesse único ativo.
Naquele momento o ativo custava algo em torno de R$ 10 e hoje está na casa dos R$ 260, exorbitantes 2.600% de aumento em apenas um ano e meio. Um exemplo: caso alguém colocou R$ 100 mil nesse ativo em dezembro de 2015, hoje seu saldo encontra-se com R$ 2,6 milhões.
Minha história na bolsa de valores em dezembro de 2015 era um tanto quanto recente e, naquele momento, estávamos mais empenhados em aprender e interpretar uma notícia e sua reação na Bolsa de Valores, do que obter grandes lucros com nossas operações.
Resumidamente, não comprei esse ativo naquela época, porém ganhei muito em aprendizado e conhecimento. Até hoje, sinceramente, não entendo porque esse ativo chegou nesse preço, pois ainda passamos por um ambiente político e econômico muito conturbado e um ativo do varejo não tem lógica fundamentalista para atingir esse expressivo valor nessa bagunça toda que se encontra o Brasil.
Todavia, a empresa Magazine Luiza, especificamente, vem mostrando balanços e números que apenas cresceram em comparação aos seus concorrentes. Ela tem se mostrado excelente em uma gama de métricas que são chave para o crescimento da empresa, tais como, satisfação do cliente, densidade de vendas 30% acima de seus concorrentes diretos e margem bruta. Isso se torna vantagem competitiva e a reação dessa equação é o sucesso do preço da ação.
Por isso a análise fundamentalista é essencial para acreditarmos no sucesso ou fracasso de uma empresa. Nesse exemplo do Magazine Luiza, temos muito no que aprender, pois se o investidor estiver munido de conhecimento e base fundamentalista, ele pode entrar em um ativo e obter lucros extraordinários.
Felipe Vidolin é pós-graduado em Engenharia de Telecomunicações e investidor
