segunda-feira, setembro 16, 2024
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Mágicos continuam a encantar pessoas com a arte da ilusão

Eles dizem “abracadabra”, “sinsalabim” ou qualquer outra palavra mágica e pronto, tudo aquilo que parecia não realizável se faz em sua frente para lhe deixar de boca aberta, tentando entender como o coelho saiu da cartola, a mulher foi cortada ao meio ou por qual motivo a caneta sumiu por meio de um assopro. Assim são os mágicos, profissionais que trabalham com a arte da ilusão, mas que estão ficando raros em quantidade e em aparições, pelo menos na região. Em Mogi Mirim, há apenas dois, os mágicos Bertoni (Roberto Bertoni), com quarenta anos de profissão e que também é ventríloco, e Ronin (Wagner Sócrates), com seis e também palhaço, e que continuam a encantar todas as idades e se apresentar nos mais variados locais, desde festas infantis até empresas, clubes e escolas.

“A mágica é a habilidade de fazer com que as coisas aparentem sumir, desaparecer ou transformar. Ela é o segundo hobby no mundo e só perde para o tênis, aqui no Brasil é que não tem tanto costume. A mágica é a única arte que desenvolve o raciocínio por que, quando apresentada, o público não aprecia só o efeito, mas quer saber a causa e isso que faz com que crianças e adultos voltem para a casa querendo saber como ele (o mágico) fez aquilo”, destacou o mágico Bertoni.

Dessa forma, como a mágica é formada exclusivamente por truques qualquer pessoa pode desenvolver a habilidade, que tem várias categorias. Os mágicos explicam que existem mágicas no estilo close-up (que são as feitas próximas das pessoas), as de salão (feitas no palco com equipamentos de médio porte), as grandes ilusões (também realizadas no palco, mas com equipamentos de grande porte), a pickpocket (que subtrai os objetos das pessoas sem elas perceberem) e a cômica (que mescla mágicas e bom humor).

Para aprender há cursos que são oferecidos em várias cidades, como em Campinas, por exemplo, com o Núcleo de Artes Mágicas, e também é possível saber mais sobre a arte na internet, que oferece gratuitamente tutoriais de truques. “É que nem tocar um violão, todo mundo pode, tem alguns que terão mais dificuldades e os que irão mais rapidinho”, disse Bertoni.

Mas será que a divulgação da mágica e a corrida tecnológica não tiraram os status dos mágicos, que quando chegavam aos locais, principalmente nas festinhas infantis, eram vangloriados pelo público?

“Eu acho que por incrível que pareça antes do Mister M (mágico que revelou alguns truques em rede nacional) o Brasil não falava tanto em mágica, divulgou mais, ajudou mais a ampliar a arte”, destacou Ronin.

“Hoje você pode saber como faz, mas saber fazer é outra, é que nem cantar. Então isso foi bom divulgou mais a mágica que estava se apagando”, disse Bertoni.

Mágicos como Mister M, Harry Houdini, David Blaine, David Copperfield são alguns nomes que figuram entre a calçada da fama da mágica, mas, sem dúvida, para os Bertoni e Ronin o maior deles é o brasileiro Carlos Eduardo Hilsdorf, de São Carlos, que continua a lhes inspirar mesmo depois de anos de carreira.

Profissão: Mágico

“Mágica” ou não, os artistas Bertoni e Ronin além de colegas de profissão também fazem parte de uma única família. Bertoni é sogro de Ronin, que bem antes de conhecer o mágico, com 40 anos de profissão, já atuava na área. Hoje os dois atuam em segmentos diferentes, mas alguns espetáculos também são feitos em conjunto, inclusive, aqueles feitos em casa, quando as crianças da família são colocadas em caixas para participarem dos truques e se divertem com os shows particulares de mágica da dupla.

“Fiz muito show nessa vida, sustentei minha família fazendo mágica. Fazia de 20 a 30 shows por mês. Minha esposa e minhas filhas eram minhas assistentes”, recordou Bertoni que hoje está focado em se apresentar em escolas, clubes e eventos e gosta de fazer mais as mágicas de salão.

Agora o mágico da criançada é Ronin. Festinhas infantis são com ele mesmo, apesar de destacar que hoje se apresentar para crianças é um “perigo”. Diante de tanta esperteza, os baixinhos ficam bem atentos esperando qualquer sinal de que o truque não deu certo para logo contarem para todos. “A criança enxerga coisa que você não imagina, vê detalhes que o adulto não vê. E se ela (criança) ver ela fala, já aconteceu comigo, um menino viu e disse alto que tava vendo uma coisinha”, lembrou Ronin.

Os truques nem sempre acontecem conforme a programação e várias situações podem deixar os mágicos em apuros. “Num hotel 5 estrelas em Campinas estava acontecendo um festival com mágicos da América Latina, fui fazer a levitação com a minha esposa. A mulher não levita você sabe que são equipamentos, ela levitou e não ‘deslevitava’ mais, enroscou lá em cima. E pra descer? Eu suando e nervoso e ela enroscada. Foi um sufoco, demorou, até que o equipamento voltou”, recordou, hoje rindo, Bertoni.

Apesar dos prós e contras em ser mágico os dois são apaixonados pela profissão, que não são únicas e exigem aperfeiçoamento constante. Ronin também é vendedor e começou a desenvolver a mágica na feira de domingo que acontece em Mogi Guaçu. Lá ele se encontrava com Baixinho, mágico já falecido, para realizar truques, mas foi com o sogro que ele se profissionalizou.

Com Bertoni, que hoje também é pastor da igreja Voz da Verdade, a situação foi diferente. Ex-menino de rua, o artista aprendeu a fazer mágicas com seu pai adotivo Clayton Templeton, um norte-americano que também era mágico, ventrículo e pastor em Mogi Mirim. “Herdei o legado que ele me deixou tanto de profissão como de missão”, finalizou Bertoni, que iniciou sua carreira em 1974, aos 17 anos, durante a Festa do Guaraná, realizada no Clube Recreativo, quando Eugênio Mazon o viu e o contratou profissionalmente para se apresentar em todas as garagens da Viação Santa Cruz nas festas de final de ano. Abracadabra e tudo começou…

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