Como é comum aos que vivem na terceira década do século 21, uma soma de fatores nos leva a não prestar atenção e, às vezes, a sequer se importar com o significado das coisas. Das palavras. Há três décadas, um nome foi escolhido para batizar uma entidade assistencial que nascia em Mogi Mirim. Foi escolhido ‘Alma Mater’ e, nestes 30 anos, a instituição cumpre com primazia a tarefa que o nome carrega.
Alma Mater é uma expressão que vem do latim e significa “mãe que alimenta” ou “a mãe que nutre”. Esse era utilizado na Roma Antiga como referência às deusas mães dos romanos, como Vênus, Ceres e Cibele. Durante o cristianismo medieval, “Alma Mater” também era utilizada como uma expressão de reverência à imagem da Virgem Maria, mãe de Jesus Cristo.
Com o objetivo de acolher crianças e adolescentes vítimas de todo tipo de violência, como maus tratos, negligência e risco social; sendo estas encaminhadas pela Vara da Infância e Juventude e Conselho Tutelar, a Alma Mater de Mogi Mirim vai além do termo. Ela mais do que alimenta. Mais do que nutre. Ela dá sentido à vida de menores que estão com os caminhos incertos.
O acolhimento não é pura e simplesmente para impedir que essas crianças e adolescentes passem fome de comida (o que já seria louvável), mas também para que não passam fome de carinho, de atenção, de norte, de educação, de paz e de amor. A Alma Mater tem um atendimento 24 horas por dia, sete dias por semana e 365 dias por ano. Ou seja, ela não para.
A instituição atende, mensalmente, cerca de 40 crianças e adolescentes em duas unidades, oferecendo moradia, vestuário, educação, lazer, alimentação, todo apoio psicossocial e etc. Além disso, realiza todo atendimento e encaminhamentos necessários às famílias, com o objetivo de superar as fragilidades que levaram ao acolhimento.
Além disso, conta com equipe multidisciplinar composta por assistentes sociais, psicólogas, pedagogas, coordenadora e auxiliares administrativas.
Essa equipe atua diariamente para a superação das situações que levaram ao acolhimento e garantir o retorno das crianças e adolescentes a suas famílias, porém, em alguns casos, isso não é possível e, mediante determinação judicial, as crianças e adolescentes são encaminhadas para famílias substitutas – adoção.
Os profissionais contratados são do mais alto nível, assim como os voluntários. Alguns deles, inclusive, já estiveram do outro lado, já foram assistidos e sabem muito bem a importância da Alma Mater na vida de uma criança. Por tudo isso e pelo todo que não caberia em 1.000 edições de jornal, é que O POPULAR direcionou espaço, tempo, dedicação, além de carinho e respeito, para contar um pouco da história desta entidade fundada em 29 de junho de 1992. Que fez história e, sem dúvida, fará muito mais, oferecendo ao futuro de Mogi Mirim, afinal, é isso que as crianças e adolescentes são, um porto seguro. Um abraço fraternal. Um colo paternal. Sem nunca deixar de ser aquilo que é por essência: uma mãe que alimenta. Uma Alma Mater!