sábado, setembro 7, 2024
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Mais respeito com o povo e com a Câmara!

Se tornou ofensivo aos trabalhadores do segmento circense, dizer que a Câmara Municipal de Mogi Mirim se tornou um circo.
A triste obra não ocorre em conjunto e tem como principal protagonista o vereador Tiago César Costa (MDB).

Estivemos nos últimos dias fazendo o nosso dever social, como jornal, cobrindo os principais acontecimentos da cidade. Entre eles, infelizmente, estão os capítulos vexaminosos registrados na Câmara, que pudemos ver “in loco”, como testemunhas oculares de uma vergonha histórica.

Não bastasse a guerra de narrativas, que conta com João Victor Gasparini (União Brasil) como grande oponente, em um repente que, de repente, se tornou vicioso e cansativo, nos deparamos com as peripécias que chegaram ao ponto de tornar-se Mogi Mirim assunto nacional, por conta de racismo na Casa de Leis.

O episódio dos sacos de lixo pretos amarrados ao monumento relacionado ao bicentenário municipal, instalado em frente ao prédio da Câmara, transita entre o cômico e o trágico, com notas acentuadas para o vergonhoso: tudo obra de Tiago Costa, que achou pertinente utilizar deste subterfúgio para ilustrar sua indignação com um pelourinho fixado no local desde 1969.

Fosse tal pelourinho como os antigos, aqueles em que escravizados eram amarrados e açoitados por seus senhores brancos, restaria dúvidas sobre a necessidade da convocação de uma audiência pública para retirá-lo.

Se, de fato, fosse algo que remetesse a um passado que, infelizmente, vivemos, sim, aqui em Mogi Mirim, em que negros eram reduzidos à condição de mercadoria, tal escultura deveria ser mantida, como mau exemplo e assim pudéssemos sempre lembrar como uma triste página do nosso passado.

Já falamos aqui: Mogi Mirim foi edificada, primeiro, com o extermínio de indígenas, pelas mãos de sanguinários bandeirantes. Depois, muitos de nossos antepassados foram, ou donos de outros humanos, ou escravizados por estes. É pesado, mas esta é a realidade, como é real que quem tem lugar de fala sobre sentir-se ofendido por racismo se sentiu assim ao se deparar com sacos de lixo simbolizando negros.

Tiago Costa deveria ter tido a humildade de reconhecer o erro e ter dado um passo atrás, algo que todos nós fazemos, pois somos humanos e, portanto, passíveis de errar/pecar. O caso foi parar na Delegacia de Polícia. Tiago Costa foi acusado de racismo e o caso não para por aí.

Tiago Costa precisa de um rebranding. É um desperdício que um dos vereadores mais contundentes na cobrança de governos situacionistas esteja se perdendo em um personagem.

Um político que já demonstrou potencial para voos maiores, hoje se tornou uma figura, no mínimo, pitoresca. Tiago Costa precisa refletir sobre suas atitudes, que soam arrogantes ao dialogar não apenas com seus pares, como com munícipes que participam das sessões e audiências.

Ainda há tempo, Tiago Costa, para que você melhore não apenas como ser humano, retomando a humildade ao seu dia a dia, como na função, que já teve um dia, de importante político para a sociedade.

E, em meio a tudo isso, a Câmara precisa ser contundente na condução dos processos contra as atitudes atuais de Tiago Costa, pois, institucionalmente, tem sido atacada em meio a estes vexames. Ou seja, por consequência, por se tratar da casa dos representantes do povo, está o próprio povo sob uma chuva de desrespeito.

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