A história do carnaval no Brasil teve início ainda no período colonial, tanto nas manifestações de escravos, quanto nos tradicionais bailes de gala nas grandes cidades brasileiras, frequentados pela elite. A partir daí surgiram as marchinhas carnavalescas no final do século XIX e os ritmos musicais genuinamente brasileiros como o axé, samba, frevo e maracatu.
Há mais de cem anos surgiram os corsos carnavalescos, com o desfile de carros conversíveis luxuosos no Rio de Janeiro. Já as escolas de samba começaram a aparecer nas avenidas na década de 20 e até hoje fazem a festa de muitos brasileiros e estrangeiros, que se encantam com as cores, fantasias pomposas e a ostentação dos enormes carros alegóricos.
Trinta anos mais tarde, Dodô e Osmar deram origem aos trios elétricos ao se apresentarem em cima de um caminhão tocando instrumentos musicais com o auxílio de amplificadores de som na cidade de Salvador, na Bahia, que hoje tem um dos carnavais mais procurados pelos turistas e pelos próprios brasileiros, que saem de suas cidades para aproveitar o ritmo do axé e pular atrás dos trios elétricos.
O carnaval é uma tradição cultural do Brasil e, mais do que isso, representa boas oportunidades de negócio e até mesmo de emprego para milhares de pessoas, nas áreas do entretenimento e do turismo. A data é uma das mais importantes para a economia do país, pois movimenta bilhões de reais todos os anos por conta dos turistas que aqui decidem passar os dias de festa.
Em Mogi Mirim e Mogi Guaçu, a data não parece animar nem um pouco os gestores, que alegam falta de recursos e a falta de interesse para a realização de atrações. O curioso é que, além de trabalharem com um orçamento renovado, em que tais investimentos já poderiam estar previstos, as prefeituras parecem não enxergar nesse período, novas formas de oferecer à população uma programação animadora.
No Guaçu, por exemplo, assim como no ano passado, o secretário da pasta já avisou que não há dinheiro em caixa para isso e que apenas apoiaria a iniciativa privada se houvesse o interesse em promover por conta própria algum evento.
Já em Mogi Mirim, a festa seguirá os mesmos moldes do ano passado, porém algumas atrações devem ser canceladas, como o baile que tradicionalmente define a Corte Carnavalesca; o Grito de Carnaval, realizado uma semana antes do carnaval; o Corso Carnavalesco, desfile de carros que acontece no sábado pela manhã. Além disso, as festividades na zona Rural também ficaram para trás.
Por outro lado, a Secretaria de Cultura e Turismo quer promover mudanças na escolha dos representantes do carnaval, através de votação popular, o que é um aspecto positivo na tentativa de envolver mais a população.
Porém, isso ainda é pouco. Falta ousar mais na realização de atrações para a população. Inovar, pensar em eventos para as crianças, para os jovens, para os adultos e que unam as famílias da cidade, e por que não da região também? A cultura e o bem estar da população também devem figurar na lista de prioridades de um governo.
É preciso que o Carnaval saia da lista de gastos desnecessários e seja visto pelos governantes como uma festa tradicional, que faz parte da cultura do Brasil, que traz recursos e oportunidades ao país e que, sem sombra de dúvidas, tem seu valor. Afinal, é sempre bom esquecer os problemas enfrentados durante todo o ano e reunir a família e os amigos para exprimir as emoções e incentivar as fantasias que só essa época do ano nos permite.