segunda-feira, abril 14, 2025
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Mais um capítulo da novela

Desde o ano passado, o aluguel de um novo imóvel para a Câmara Municipal se tornou um dos assuntos de maior polêmica e debatidos à exaustão nos bastidores do Legislativo. Seja com o pano de fundo ligado a interesses partidários ou de cunho pessoal, o fato é que o tema se tornou um dos centros das atenções e que, em inúmeras sessões dos vereadores, foi capaz de ofuscar assuntos de maior relevância e de interesse da população. Com colocações que iam das mais plausíveis e racionais até discursos mais inflamados e efusivos, não foram poucas as vezes que o assunto se arrastou, tornado-se algo cansativo e repetitivo.

Todavia, é difícil imaginar que os próprios vereadores consigam fugir do tema por muito tempo. Se o aluguel da nova casa, que deverá ser transferida para um imóvel localizado na Praça São José, ao lado da Matriz, uma das regiões mais nobres da cidade, já por óbvio, transformou-se em um ponto de discussão pelas mais diversas razões, como a real necessidade da mudança, possível direcionamento ao locatário e o valor que será cobrado pela estadia dos próximos 15 anos, nos últimos dias, mais um capítulo da novela veio à tona e, desta vez, tem tudo para colocar ainda mais lenha na fogueira.

Requerimento da vereadora Luzia Cristina Côrtes Nogueira (PSB), opositora ferrenha da atual Administração Municipal, assinado até a última quarta-feira por outros vereadores da bancada oposicionista, como Cinoê Duzo (PSD), Maria Helena Scudeler de Barros (PSDB), Luiz Guarnieri (PT), Jorge Setoguchi (PSD), entre outros, pede o embargo imediato das obras, já a passos largos, em virtude de novas adaptações feitas pelo proprietário no imóvel, que vão contra o projeto original aprovado em março de 2012, e que colocam em xeque como serão as futuras instalações de assessores e vereadores.

O requerimento não é apenas uma simples colocação de uma vereadora. Nele constam detalhes tanto do primeiro projeto como do adaptado, com metragem de pavimentos internos e externos, porcentagem de taxas de permeabilidade, de ocupação e até a existência de recuo frontal e lateral. A queixa da oposição, por meio do requerimento, alerta sobre possíveis irregularidades existentes no imóvel, que podem colocar a segurança dos profissionais que lá trabalharão em risco.

O fato que este é mais um episódio da conturbada mudança do prédio da Câmara Municipal. Se, de fato, ficar comprovado que o projeto original sofreu alterações, por que então, não foi levado ao conhecimento dos vereadores, que ao lado de assessores e demais funcionários do Legislativo, são os que irão conviver quase que diariamente no local? Outra pergunta que fica no ar é se a Mesa Diretora da Câmara está ciente de tais mudanças. Caso sim, erro grave não levar a alteração a conhecimento público e apresentar uma justificativa plausível para que isso ocorra. Se a resposta for não, como alterar um projeto de tal magnitude sem a aprovação de quem preside o Poder Executivo? Isso só corrobora para suspeitas e comentários tendenciosos em relação ao aluguel do imóvel. Também é difícil acreditar que a Prefeitura não teria conhecimento sobre o novo projeto. Resta aguardar agora os novos capítulos da novela, ainda com final misterioso.

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