Luis Gustavo Antunes Stupp, eleito prefeito de Mogi Mirim no ano de 2012, chegou ao governo com a promessa de dias melhores. Stupp era a figura que muitos queriam ver: jovem, bonito, carismático e ainda de quebra mostrava-se preocupado com sua carreira política. Aliás, eleitores apostaram seus votos em uma pessoa que tinha, até então, os primeiros requisitos para construir um futuro promissor.
Pois é, passaram-se mais dois anos e a lição pode ser resumida, curta e grosseiramente, por uma expressão bem clichê: as aparências enganam. O jovem chega a ter tanta ousadia que seu modelo de administração é um ótimo exemplo a não ser seguido por aqueles que desejam ingressar na área política. O governo Stupp vem sendo marcado por uma série de polêmicas e incontáveis projetos espalhafatosos, que vezes são anunciados, com grande entusiasmo, e vezes refutados quase que instantaneamente. Exemplos não faltam: o tão anunciado projeto da Cidade Digital e o Pronto Atendimento Integrado (PAI) ainda não saíram do papel. Outro anúncio frustrado do governo foi a inauguração do Zoológico Municipal. Até o momento, o espaço encontra-se fechado aos munícipes.
A coleção de representações, ações e inquéritos, abertos pelo Ministério Público, também quebram, dia após dia, a credibilidade da Administração Municipal. O espelho, que antes refletia a esperança, acabou de quebrar essa semana com a sentença da Justiça que condena Stupp e o vereador Ary Macedo (SDD) por contratar irregularmente a empresa Endo Gastro Sociedade Simples.
A imagem de Stupp já está estilhaçada diante da população. As pessoas são passíveis de erros. Mas falhas em questões primárias não podem ser mais aceitas, principalmente quando se trata daqueles que foram eleitos pelo povo para administrar o dinheiro público, seja no âmbito municipal, estadual ou nacional.
Até cabe aqui um questionamento: qual a função da Secretária de Negócios Jurídicos se não for alertar e orientar o prefeito na legalidade das ações do Poder Público? Tudo indica que o trabalho da sua cúpula não tem se mostrado tão eficiente, além da falta de compromisso ético e responsabilidade do prefeito ao assinar um contrato com a empresa cujo secretário de Saúde do Município, na época, era também o sócio-proprietário da mesma.
Enquanto o assunto “cassação” ainda era motivo de muito alarde nas redes sociais, o prefeito, a seu modo irreverente, fez um vídeo, durante viagem a Brasília para cumprir compromissos da agenda, e desempenhou seu papel de político: defendeu-se e mostrou tranquilidade quanto à sentença.
Não se brinca com o Tribunal de Justiça, nem com a sorte. Reza a lenda que quando o espelho cai no chão e se estilhaça são sete anos de azar. Mas é cedo para acreditar que a Justiça tenha realmente sido feita. Tanto Stupp quanto Ary Macedo podem recorrer à decisão. Uma coisa é certa: tudo ainda pode acabar em pizza.
