No terceiro capítulo de seu bate-papo, o ex-jogador de uma série de clubes e hoje treinador do Mogi Mirim, Maizena, recorda como se divertia nas noitadas.
Boteco – Você ia comemorar depois dos jogos?
Maizena – O quê? Na época, nego veio… Hoje, acabou o jogo, tem pizza, aquela coisa toda, antigamente, acabava o jogo, você tomava um “danone”, uma caipirinha e uma costela.
Boteco – Onde você gostava de ir? Samba, pagode?
Maizena – Nós fazíamos roda de samba, de segunda-feira, a gente armava na casa de alguém, de jogador, sempre tinha um jogador na cidade, nós íamos lá, fazia uma roda de samba.
Boteco – Você tocava algum instrumento?
Maizena – Repique de mão e um tantã, é comigo mesmo, até hoje, até choro por um samba. Mas sempre eu gostava de sair sozinho, né? Eu saia sozinho, sumia.
Boteco – Se saísse com os outros jogadores, não dava certo?
Maizena – No outro dia, eu ia com os negos veios. “Maizena, onde você tava?”. “Tava por aí, tava andando.”
Boteco – Você ia curtir sozinho?
Maizena – Claro, não podiam saber nada, os caras eram doidos, bocudos, falavam demais. No pagode, eu ia com eles, gostoso.
Boteco – E no Paraguai, dava para curtir à noite?
Maizena – Eu quase não saía por causa da língua, mas eu dava meus pulos (risos).
Boteco – Encontrava um pessoal do Brasil, lá?
Maizena – Nada. Eu sempre tive isso, saía sozinho. Mas aquele negócio. Eu já sabia, começava a pesquisar, chegava lá no trivial.
Boteco – Na época que você era mais jovem, teve uma fase de gostar muito de festas, antes de treino…?
Maizena – Rapaz, de treino, não, eu ia pra festa, só que o treino era o seguinte, não era 9h igual é agora, hoje é 9h, 9h30, tá beleza, o treino era 8h, nego veio. Você ia pra noite, ou não, 8h, o treinador tava lá no meio do campo te esperando, hoje, não.
Boteco – Você preferia não ir?
Maizena – Eu ia, eu saía, só que quando era 1 da manhã, eu já tava em casa, porque eu gostava de sair sozinho.
Boteco – Por isso você saía sozinho também?
Maizena – Claro, ninguém tinha que saber o que eu ia fazer, sempre tive isso comigo. Chegava na hora que eu queria, tranquilo, dormia, depois ia pro treino descansadinho. Só que na casa, eu tomava caipirinha, comia um torresmo.
Boteco – Antes do jogo também?
Maizena – Não, acabava o coletivo apronto, eu não saía.
Boteco – Você gostava de concentração?
Maizena – Muito, sempre gostei, eu ficava pensando no jogo.
Boteco – E o que mais você gostava de fazer?
Maizena – Assistir televisão. Hoje não tem essa mangaba que tem, Internet. Antigamente, nós só tínhamos telegrama e um telefone. A gente ficava conversando, jogava um baralho, eu não jogava que não gostava, quando eu fui pegar no baralho, meu pai quase me arrebentou de bater, ele falou que era coisa ruim.
Boteco – Maizena volta no último capítulo de seu bate-papo para recordar mais casos curiosos na carreira esportiva.