Entre reeleitos e rejeitados, era visível o clima de velório, de um lado, e de festa, de outro, na primeira sessão ordinária da Câmara no dia seguinte às eleições municipais. O presidente da Casa, Manoel Palomino (DEM), candidato a vice-prefeito não eleito na chapa com o prefeito Carlos Nelson Bueno (PSDB), por exemplo, não conseguiu esconder a frustração.
“Nós estávamos confiantes na vitória, pelo que a gente via nas ruas, acompanhava. Mas vida que segue”, disse. “Mas não me sinto derrotado. Saio de cabeça erguida. O amor por Mogi continua”, completou, antes do início da sessão.
Manoel Palomino se manteve forte até abraçar os colegas no plenário da Casa. Desabou. E as lágrimas foram inevitáveis.
Antes, disse que volta à função de guarda civil municipal, mas que, em 2022, tentará uma cadeira na Assembleia Legislativa.
“Daqui dois anos saio para deputado estadual, se não der, daqui a quatro anos estou de volta à Câmara [na disputa]. 2024 é logo ali”, sinalizou Palomino.
Para ele, os resultados das urnas surpreenderam, para o bem e para o mal, na sua avaliação. A surpresa boa foi a votação de Sonia Módena (Cidadania).
“Sabia que ela ia ser bem votada, mas sua votação foi extraordinária e fico muito feliz por ela”, disse. “Por outro lado, me surpreendeu a não reeleição do Cristiano [Gaioto], que para mim seria um dos mais votados”, acrescentou o presidente da Câmara.
Sônia, claro, estava esfuziante. Sorriso de orelha a orelha de quem foi a candidata a vereadora mais votada da história da cidade. Semblante bem diferente de Gaioto (DEM). Apesar de sereno, não escondia a frustração pela não reeleição e até certo ponto um sentimento de desapontamento para com os eleitores.
“Há uma falta de interesse da população em saber o que cada vereador faz pela cidade. Eu abri muitas portas de Brasília para Mogi Mirim e vou continuar trabalhando pela cidade”, observou o democrata. E em 2024 ele está de volta, promete.
Gaioto e Moacir Genuário (MDB), por exemplo, são dois casos de candidatos bem votados não eleitos. Ambos tiveram mais votos do que mais da metade dos eleitos. “Fomos bem avaliados pela população, pena que a regra do jogo não condiz com a vontade do eleitor”, observaram.