segunda-feira, abril 21, 2025
INICIAL☆ Capa EsporteMarcelo Maionese recorda as festas com Jorge Mendonça

Marcelo Maionese recorda as festas com Jorge Mendonça

Mais uma vez no Boteco, o ex-zagueiro Marcelo Françoso, o Maionese, recorda a época de festas na Ponte Preta, em companhia de estrelas como Mário Sérgio e Jorge Mendonça, além de lembrar o primeiro treino no time profissional.

Boteco – Você chegou a enfrentar o São Paulo? Por ser são-paulino, foi diferente?

Marcelo – Sim. Muito diferente, no Morumbi, uma sensação de orgulho. E teve uma vez que nós pegamos o São Paulo, nós estávamos uma máquina. E metemos 4 a 1 no Morumbi. Olha como uma coisa puxa a outra. Acabou esse jogo, fizemos a preliminar. O profissional ia jogar depois. Eu sentei do lado do nosso diretor, na arquibancada. Começamos a conversar, de repente chega a Rita Cadilac, chacrete. Aquele corpo, vestido apertado. “Dr. Atalla, o que ela veio fazer aqui?”. “Ela é apaixonada pelo Jorge Mendonça”. “Veio só pra ver o Jorge Mendonça. Ela é fã”. Jorge Mendonça era muito fino, um cara de fino trato. Não só com a bola, mas na vida pessoal também. Educado, falava manso, carioca.

Boteco – Como era a convivência com ele?

Marcelo – Como estamos aqui, falando de histórias. Acho que é legal contar. No meu primeiro treino de profissional, a Ponte na época tinha Mário Sérgio, Vladimir, Jorge Mendonça, Paulo Egídio, Barbirotto. Muito forte. O Polozzi tinha voltado. Acabou o treino e eu fui me trocar, no vestiário dos profissionais. Estava me sentindo o Ó do Borogodó. Tirei a camisa, sentei, estava meio cansado, tirando a meia. O Jorge Mendonça estava sentado. Falou: “oh juvenil, vem cá um pouquinho”. “Oh, Jorge, pois, não”. “Desamarra minha chuteira aqui”. “O louco, Jorge”. “Desamarra, minha chuteira, cara. Por favor, desamarra”. Me pediu com gentileza. “Vou falar uma coisa. Você vai fazer isso hoje e tenho certeza que nunca mais vai esquecer, que você está desamarrando a chuteira do Jorge Mendonça. Sabe por quê? Não sou mais que ninguém, mas eu desamarrei a chuteira do Ademir da Guia no meu primeiro treino. E conto até hoje pros meus filhos e tenho certeza de que você desamarrando a minha agora, você vai contar daqui 20, 30 anos pra todo mundo que você desamarrou a chuteira do Jorge Mendonça”. Olha como é a vida, me arrepia.

Boteco – E depois você conviveu com ele?

Marcelo – Convivi. O Jorge Mendonça, por isso que morreu sem nada… Acabava o treino às vezes de manhã. “Vamos para casa, tomar um banho de sol”. Tinha uma p… piscina.

Boteco – Levava todo mundo pra casa dele? E bebedeira?

Marcelo – Nossa senhora, meu Deus do Céu. Bebedeira, cerveja, pessoal tomava. Eu não tomava ainda nessa época. A gente ia pra churrasco, eles falavam: “você é juvenil, não vai beber não, hein”. Não bebe, não. Brincando, se quisesse beber, eles deixavam. Ia treinar com eles, o Jorge falava: “você é juvenil, mas eu deixo você entrar em casa”.

Boteco – E ia mulherada?

Marcelo – Ia. P… vida. Modelo, mulher bonita pra caramba. O Jorge tinha uma casa em Campinas maravilhosa.

Boteco – Depois que você amarrou a chuteira dele fortaleceu a amizade de vocês? Passou a te respeitar também?

Marcelo – Sim, sim. A gente sempre conversava, sentava pra almoçar junto. O Jorge sempre foi um bom vivã, mão aberta. Sentava na mesa, pagava a conta pros outros, tudo. Não tava nem aí. “Hoje é por minha conta”. Eu me lembro até que nos churrascos na casa dele, ele pagava a churrascada toda: “na minha casa, ninguém põe a mão no bolso”. E pagava tudo. E era uma pessoa muito boa, humano demais, que Deus o tenha.

Boteco – Marcelo volta para contar a experiência na seleção brasileira juvenil e a expectativa de ser convocado para o Torneio de Toulon, na França.

RELATED ARTICLES
- Advertisment -

Most Popular

Recent Comments