De volta ao Boteco, o mogimiriano Marcinho Teruel, meia do Vittoriosa Stars, aborda curiosidades no futebol maltês e comenta sobre a vida na ilha de Malta.
Boteco – Como é o estilo e o nível do futebol de Malta?
Márcio – O futebol é mais técnico e pouca força, com os estrangeiros de cada time mantendo uma média de qualidade, os malteses acabam sendo a diferença dos clubes que brigam pelo título.
Boteco – Alguma situação inusitada no vestiário?
Márcio – O treinador no intervalo, alterado por não estar saindo o que treinamos na semana, começou a dar instruções a um maltês e ele contestando as alterações ao treinador pensou que estava sendo tirado do jogo. Começou a tirar a roupa e quando pegou a toalha para ir ao banheiro, o treinador perguntou: “O que está fazendo?”. E ele respondeu que estava indo tomar banho por ter sido tirado. E todos riram, mesmo em um momento tenso, por ele ter entendido errado o inglês do treinador. Voltou a colocar a roupa para voltar ao jogo. A cena realmente foi engraçada. Em campo a dificuldade é com os árbitros que em praticamente todos os jogos apitam em maltês e não inglês. É complicado.
Boteco – Conte um fato inusitado vivido em Malta.
Márcio– Basicamente na culinária, por gostar de experimentar os pratos típicos, que sempre em jantares com a equipe se nota iguarias locais. Como carne de cavalo, de coelho e caramujo, uma entrada que parece escargot, mas não é. Detalhes de uma cultura com toque italiano e até mesmo árabe, com queijos de qualidade e bons vinhos.
Boteco – Como é a diversão noturna na cidade?
Márcio – Hoje tenho 27 anos, bem casado e prestes a ganhar meu primeiro filho e já faz tempo que tirei meu carro de campo. Porém, há diversão noturna de segunda a segunda por ser um país turístico e bem movimentado por milhares de estudantes escolherem Malta para estudos e intercâmbio.
Boteco – Os solteiros curtem as festas? Como é a cultura nesse sentido, há cobrança? Há Marias Chuteiras em Malta?
Márcio – Vejo por fotos de companheiros solteiros que aproveitam sim as noites em Malta, onde a cobrança é igual em todos os lados. Já teve até jogador que perdeu lugar no time por ter saído um dia antes do jogo. Já que em Malta, por ser uma ilha pequena, não é necessária concentração ou viagens longas aos jogos. Agora Maria Chuteiras como no Brasil, acho muito difícil. No Brasil namorar ou estar com jogadores de futebol é questão de status, mas na Europa ou em outros lugares se nota que isso é bem mais tranquilo.
Boteco – Em que patamar está seu clube no futebol do país?
Márcio – Meu clube conseguiu o acesso à Premier League no último ano. Estamos na principal divisão, mas assim como qualquer equipe que consegue o acesso, encontramos dificuldades através da falta de confiança ao enfrentar clubes com mais história. Mas estamos nos acertando e brigando no meio da tabela. O país é maravilhoso, com praias belíssimas e uma história que se mantém preservada em praticamente cada canto da ilha. Com uma culinária interessante, bons restaurantes, lugares paradisíacos e pessoas de todos os cantos da Europa neste verão que tive a oportunidade de conhecer.
Boteco – Quais seus planos depois de Malta?
Márcio – Seguir em frente, buscando dar meu melhor a cada dia fazendo o que sempre fiz na minha vida. Tenho contrato até 2014 e há possibilidades de negociações na próxima janela européia. Então, é seguir trabalhando forte e agradecendo a Deus pelas excelentes oportunidades que tem me brindado.
Boteco – Valeu, Marcinho!