Contratado para ser o auxiliar técnico de Toninho Cecílio, o ex-jogador Marcus Vinícius quase fechou acordo para treinar o Mogi Mirim em 2008. Na gestão do presidente Wilson Barros, o Mogi já tinha o perfil de lançar treinadores, como ocorreu com Vadão, Adilson Batista e Argel. Marcus havia encerrado a carreira de jogador e chamou a atenção de Barros, mas já havia se comprometido com o Poços de Caldas-MG. O convite foi feito pelo ex-gerente de futebol Henrique Stort. “Eu tinha um carinho muito grande pelo Henrique, ele é um cara sério, mas eu já tinha dado a palavra pro time de Poços e para mim palavra vale bastante. Mas eu já admirava o Henrique e passei a admirar ainda mais”, contou o treinador.

Pela questão salarial, Stort lembra que o Mogi precisava descobrir treinadores em potencial. “Ele (Marcus) casava no perfil do clube. A gente tinha que ter ótica para buscar”, explica.
Os salários eram fixados por Wilson. “Quando eu dizia que era insuficiente, ele respondia: você é o gerente. O problema é seu. E lá ia eu fazer as negociações entre as partes”, recorda.
Assim, Stort buscava treinadores emergentes, como ex-jogadores. O dirigente lembra que passaram pelo Mogi em início de carreira João Magoga, Nelsinho Batista, Cabralzinho e Paulo Bonamigo, além de outros terem atuado no clube como Pedro Rocha, Serrão, Ademir Fonseca e Canhoto.
Agora, Stort está confiante na dupla formada por Cecílio e Vinícius, mas alerta que para haver sucesso é preciso que a diretoria tenha um projeto. “Os dois têm experiência de bastidores, isso é importante”, destacou.
Vinícius admite que colabora com sua experiência administrativa ao lado de Toninho e do gerente de futebol Luiz Simplício. “Formamos um trio que tem tudo para dar certo. O Toninho é diferenciado, logo vai estar em um clube grande”, armou, revelando não ter mais hoje a pretensão de ser treinador.
Tite poderia ser mais um revelado pelo Mogi Mirim
Outro treinador que poderia ter dado os primeiros passos no futebol paulista pelo Mogi Mirim é Tite, campeão do Brasileiro pelo Corinthians. Ex-gerente de futebol, Henrique Stort conta que havia acertado salário com Tite em 2000, quando o treinador dirigia o Caxias-RS. Porém, o Grêmio também queria Tite, que acabou campeão gaúcho pelo Caxias. O Grêmio, então, fechou com o treinador. “Ele disse: se eu não for para o Grêmio, vou para o Mogi”, relembra Stort.
Stort conta que a relação com Tite começou quando o treinador, sabendo que o Mogi revelava atletas, ligou pedindo indicação de um terceiro volante pela direita. Stort indicou Márcio, do Mogi. O volante foi contratado e marcou um gol na final contra o Grêmio, o que aproximou mais Tite de Stort.
Mais tarde, quando foi convidado para trabalhar na base do Palmeiras, Stort recusou. Porém, conta que, em reunião com o então presidente Afonso Della Monica e o diretor Salvador Hugo Palaia, foi questionado sobre quem indicaria para ser o treinador do alviverde e respondeu Vadão e Tite, que acabou contratado. “O Tite me ligou agradecendo por ter indicado ele ao Palmeiras”, recorda Stort.