Reviravolta no cenário político de Mogi Mirim. E das grandes. Apontada como uma das favoritas às eleições municipais de outubro, a vereadora Maria Helena Scudeler de Barros (PSB) oficializou na noite de segunda-feira que não será mais candidata a prefeita. A decisão foi anunciada em reunião após a sessão da Câmara Municipal, que contou com a presença da cúpula do partido, entre eles o presidente do diretório municipal, Massao Hito, o vice-prefeito Paulo de Oliveira e Silva, e os demais vereadores do PSB, Luzia Cristina Côrtes Nogueira, Luiz Guarnieri e Cinoê Duzo.
A decisão tem como principal motivação a dificuldade para formatação de alianças e de se encontrar um nome a vice-prefeito para Maria Helena. Possibilidades foram colocadas na mesa nos últimos dias, mas nenhuma que chegasse a um consenso entre as partes.
Após tentativas com Ricardo Brandão (PMDB) e Luis Roberto Tavares, o Robertinho (PEN), uma aliança com Ernani Gragnanello foi vista com bons olhos, mas pesou contra a junção o fato de o candidato ser filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT), o que iria contra a ideologia e a bandeira política defendida pela vereadora, filiada ao PSDB, grupo opositor ao PT, por 20 anos.
Agora, uma reunião na noite desta terça-feira, debateria três alternativas para o PSB, que se vê em uma saia justa a poucos dias do início da campanha.
A decisão
Em uma reunião na última quinta-feira, envolvendo líderes de oito partidos, o PSB, PMDB, PT, PTB, PSDC, PSL, DEM e PV, foi discutida uma possível dobradinha entre Maria Helena e Ricardo Brandão, candidato a prefeito pelo PMDB. Na ocasião, a vereadora teria colocado o nome à disposição, pensando no bem do município e já visando um embate junto ao ex-prefeito Carlos Nelson Bueno (PSDB), nome forte na disputa.
Em contato com a reportagem, tanto Maria Helena como o presidente municipal do PSB, Massao Hito, afirmaram que a conversa não surtiu o efeito esperado. “O Ricardo praticamente fechou as portas porque disse que estávamos chegando tarde”, contou Massao.
Segundo apurado, o plano de governo do peemedebista está adiantado, com cerca de 80% de propostas e ideias já definidas, o que impossibilitou a aliança.
Robertinho
A segunda opção era buscar alinhar um acordo com Robertinho, do Partido Ecológico Nacional (PEN), uma das crias de Maria Helena na política e de grande prestígio no âmbito político municipal. Massao explicou que o candidato alegou motivos particulares, e que tentará mais um mandato na Câmara Municipal. Em sua filiação no partido, Robertinho já havia afirmado que tinha a intenção em manter sua cadeira no Legislativo, e que no futuro, pretendia trilhar um caminho mais alto na política.
Ernani
Diante disso, uma via era buscar junção com o petista Ernani Gragnanello, politico de extrema experiência, e defensor de bandeiras políticas semelhantes às pregadas pelo PSB. Visto como bom nome tanto por Maria Helena como pelo partido, a parceria não foi fechada devido à divergência da vereadora com o PT. Maria Helena não se sentia confortável em participar de uma eleição ligada à legenda petista. O conjunto e o contexto político pregado e defendido por ela em sua carreira iam contra a junção.
Lamentação
Não será fácil esquecer o panorama traçado nos últimos dias. De dois fortes nomes para pré-candidatos a prefeito, além de Maria Helena, Cinoê Duzo, o partido se viu do dia para noite sem nenhum deles. Massao fez uma analogia ao futebol. “É difícil nesta altura do campeonato. Ela era nosso artilheiro, nossa linha de frente. Estamos definindo quais são as outras opções”, frisou.
Novas alternativas são debatidas dentro do PSB
Uma reunião na noite desta terça-feira daria início as novas discussões e qual o caminho a ser seguido pelo PSB a partir de agora. As alternativas já foram expostas e uma decisão será tomada em breve, já que a proximidade da campanha eleitoral acelera o processo. Massao revelou à reportagem que o PSB discute três caminhos.
O primeiro é um eventual apoio à candidatura de Ernani, que já conta com o apoio de partidos como o PSL, PSDC e conversas com o PV. O segundo seria uma eventual candidatura a prefeito do próprio Massao, por cinco anos vereador e oito anos ocupando o cargo de vice-prefeito na gestão de Paulo Silva.
Já a terceira via seria apoiar a candidatura do capitão Vanderlei Manoel de Oliveira, do Partido Republicano Progressista (PRP), apadrinhado por Mauro Adorno. O candidato chegou a atuar como diretor do Departamento de Segurança no governo de Paulo Silva e possui bom relacionamento com o PSB. Uma aliança com Carlos Nelson Bueno está fora de cogitação.
Na reunião de segunda-feira, o nome de Cinoê foi colocado em pauta pela direção do partido, que pediu a candidatura do vereador, mais uma vez negada por ele.