Seis meses se passaram, e as Marias da Terra ainda colhem os frutos da mudança que um programa de televisão foi capaz de trazer para a vida das mulheres trabalhadoras. Realizada por volta das 17h de uma quarta-feira no Espaço Cidadão, a entrevista foi realizada ao lado de uma mesa cuidadosamente preparada para expor os alimentos colhidos na propriedade do grupo, local que não para de receber clientes e olhares curiosos das pessoas.
Se antes as portas estavam fechadas para elas, estas agora, já estão abertas. Prova disso é a possibilidade da construção de uma creche, de iniciativa privada no bairro. “Nós temos essa preocupação de sair pra trabalhar e não ter com quem deixar nossas crianças, então fomos até a empresa e eles abraçaram a ideia de fazer a creche”, revelou.
A proposta é a empresa ficar responsável pela construção do centro educacional, que atenderia crianças de 4 meses a 5 anos e a Prefeitura atuar na gestão e administração da primeira creche do bairro. A empresa, procurada por O POPULAR, confirmou o interesse no projeto social, mas preferiu não divulgar as informações.
Outra novidade que o bairro deve receber é a fábrica de processamento dos alimentos orgânicos, plantados pelo grupo de mulheres, já em fase de acabamento, localizado no Vergel, bairro rural situado próximo à divisa das cidades de Mogi Mirim e Itapira.
“Falta acabamento, como a colocação de azulejo, forro, piso e pintura. Quando for inaugurada, a fábrica garantirá cerca de 30 empregos”, disse a presidente da Associação das Mulheres Agroecológicas, Maria Ileide Teixeira Rosa, prometendo para breve a inauguração.
“Nós vamos para o campo e depois vamos para a fábrica. Como a estrutura é nossa, vamos cuidar com mais zelo”, disse, orgulhosa. O investimento de cerca de R$ 50 mil é proveniente de um projeto enviado para um concurso de uma instituição financeira.
Nesses seis meses, as ligações de diversas partes do país ainda acontecem e empresas já procuraram o grupo para oferecer seus produtos. “Agora, todos os dias estamos oferecendo os nossos produtos para 1.500 refeições de uma empresa. Isso vai garantir um Natal melhor pra gente”, concluiu.
“Isso vai garantir um Natal melhor pra gente”
Maria Ileide Teixeira Rosa, presidente da Associação das Mulheres Agroecológicas do Vergel, sobre a venda dos produtos plantados por elas para empresas