Ex-atleta de basquete do Colégio Imaculada e Clube Mogiano, da categoria mirim, infantil, juvenil e cadete, sempre comandado por João Banana, Marquinho Cesaroni, hoje aos 27 anos, relembra histórias em campeonatos, com polêmica, festa e conquista surpreendente.
Boteco – Depois dos jogos vocês festejavam, já bebiam?
Marquinho – Nos primeiros campeonatos, não. Mas teve um campeonato em Mogi das Cruzes, chamava 3 Mogis, Mogi Mirim, Mogi Guaçu e Mogi das Cruzes. A gente nunca tinha saído pra dormir fora. E a gente era molecão: “a gente vai dormir lá, vai ser zoeira”. E fomos meio despretensiosos.
Boteco – Havia um trauma do vexame no primeiro campeonato?
Marquinho – Mais ou menos, a gente na verdade não sabia o que iria encontrar. Mas a gente estava mais empolgado em viajar junto do que preocupado em ganhar. Eu tinha uns 16 anos. Aí jogamos o primeiro jogo e perdemos para Mogi das Cruzes. Voltamos ao hotel. No dia seguinte a gente tinha que ganhar o outro jogo por uma diferença de pontos maior. Mogi Guaçu não tinha time para jogar na categoria nossa. Então a gente jogou o primeiro jogo contra Mogi das Cruzes e o segundo também. Aí ia somar os pontos dos dois jogos.
Boteco – Aí foram para alguma festa?
Marquinho – A gente voltou ao hotel. Aí o Banana falou: “beleza, então vocês dormem aí”. Cada um foi pro seu quarto e falamos: “não vamos dormir, né?”. Ninguém vai conseguir dormir, aquela zoeira, imagina 20 caras no hotel, primeira vez viajando para jogar? Aí a gente falou: “Banana, nós vamos sair. Tem problema, a gente pode dar um rolê, uma volta?”. Ele falou: “tudo bem, pode ir, mas amanhã tem jogo de manhã, volta e dorme”. Ele e a comissão ficaram lá, todo mundo saiu. Fomos procurar balada a pé, a gente não conhecia nada, fomos perguntando. Aí a gente parou num bar, ficamos tomando, saímos do bar, fomos para uma balada para ver se tinha umas minas, mas não rolou nada, a gente chegou no hotel umas 5 da manhã, todo mundo chapado, fomos dormir. Acordamos no dia seguinte todo mundo de ressaca, podre. “A gente não vai ganhar isso aqui”.
Boteco – E como foi a partida?
Marquinho – Tinha que ganhar por 20 pontos de diferença. Eu sempre joguei com o Banana de armador, mas nesse campeonato a gente estava com um armador muito melhor, eu fui jogar de ala. Eu saí no primeiro quarto de jogo, estourei as cinco faltas porque eu não estava ali jogando, concentrado, estava destruído. Mas no fim, ainda fomos campeões (risos).
Boteco – Depois vocês contaram que saíram pro Banana?
Marquinho – A gente falou que saiu, mas não contamos que fomos para farra, né? A gente foi para farra mesmo.
Boteco – Outras histórias curiosas em campeonatos?
Marquinho – Uma vez no campeonato do Recanto, eu era armador e o armador é responsável pelo ataque, eu tenho que ditar que jogada vai rolar. A gente tomou uns três pontos seguidos e não fez nenhum. Ia pro ataque, perdia a bola e tomava ponto. E eu estava errando. E o Banana ficou muito cabreiro. Aí na hora que o cara passou a bola pra mim, o Banana falou: “você está fazendo tudo errado, cara, não é assim que eu te falei”. Aí eu simplesmente parei, fiquei batendo a bola sozinho, olhei para ele: “você quer vir jogar no meu lugar?”. A galera cascou o bico. Aí eu voltei a jogar, a gente não fez a cesta. De imediato, o Banana me tirou (risos). “Você não vai entrar mais”. Ele ouviu tudo e não falou nada. Na hora que a bola saiu, me tirou. Ele me sacou mesmo, justo né?
Boteco – Hoje vocalista da banda Beijo de Hera, Marquinho volta no último capítulo de seu bate-papo para comparar a vida noturna nos palcos com a experiência nas quadras.