O mecânico Milton Lima Dias, de 51 anos, foi encontrado morto, na manhã de sábado, em uma ribanceira às margens da Rodovia Deputado Nagib Chaib, região do Morro Vermelho. Ele foi sepultado na manhã de segunda-feira, no Cemitério Santo Antônio, em Mogi Guaçu.
O corpo foi localizado em um buraco, de cerca de seis metros de profundidade, por um vigilante de um condomínio próximo à rodovia. A Polícia Militar (PM), a Guarda Civil Municipal (GCM) e os Bombeiros foram acionados.
Um barranco que contorna a Nagib Chaib esconde o buraco, situado na área do antigo Curtume. Por ser uma área de difícil acesso, os bombeiros usaram um “maca cesto” para resgatar o corpo. O homem estava de cueca e com o rosto muito machucado. A perícia da Polícia Científica esteve no local. O mecânico estava morto há cerca de dois dias.
O corpo foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) de Mogi Guaçu e reconhecido pela esposa, no início da noite de sábado. Ela relatou que, após ler notícia a respeito de um encontro de cadáver, publicada pelo jornal Gazeta Guaçuana, desconfiou que pudesse ser o marido. O mecânico, natural da Bahia, morava no Jardim Alvorada, no Guaçu, e estava afastado do serviço por conta de um acidente de trabalho. Ele deixou duas filhas do primeiro casamento.
Desaparecimento
A esposa, Genézia Bertulino dos Santos, de 62 anos, contou à Polícia Civil de Mogi Mirim que o mecânico, com quem é casada há mais de 20 anos, desapareceu, na madrugada do dia 14, da frente do pronto-socorro do Hospital Municipal “Dr. Tabajara Ramos”. Segundo ela, o marido saiu, por volta das 4h, para fumar um cigarro e não foi mais visto.
Nesse dia, Genézia chamou uma ambulância para levar o companheiro até o hospital porque ele não parecia bem. O homem, que é alcoólatra, estava tendo alucinações. A esposa contou que na tarde do dia 12, no feriado, o mecânico já chegou em casa com o rosto machucado. Na ocasião, o homem alegou que tinha brigado e apanhado, fato que teria ocorrido na terça.
Ele também disse que populares socorreram-no até o Hospital Municipal onde foi atendido e passou a noite, mas não informou quem o agrediu e nem o motivo. “Ele costumava beber, sumir por uns dois dias e retornar para casa. Às vezes, ficava pelo bairro mesmo”, relatou a esposa, em trecho do boletim de ocorrência. Mesmo assim, ela reforçou que, recentemente, o mecânico não tinha ficado fora de casa.
Genézia, então, voltou do hospital para a residência com a esperança que o marido fosse chegar, o que não ocorreu. Na sexta-feira, resolveu registrar o boletim de desaparecimento na delegacia de Mogi Guaçu. No sábado, a esposa soube pela internet que um corpo havia sido encontrado na cidade vizinha. A informação de que a vítima tinha ferimentos no rosto chamou a atenção da mulher e a fez procurar a polícia para reconhecimento do corpo.
Filha mais velha acredita que o pai foi assassinado
A filha mais velha do mecânico, a consultora Débora Lima Dias Menezes, acredita que o pai tenha sido assassinado. Em entrevista ao O POPULAR, ela disse que a causa da morte foi asfixia, conforme apontou o laudo médico final. “Já jogaram (no buraco) ele morto. Meu pai não tirou a roupa e se jogou”, afirmou a consultora. Para Débora, ele possivelmente foi enforcado, já que havia manchas roxas em seu pescoço.
A filha confirmou que o pai era alcoólatra e chegou a ser internado em clínicas de recuperação por várias vezes. Contudo, disse que Dias era uma boa pessoa e não tinha inimigos, tanto que era conhecido na região como Tiririca. “Sempre foi muito carinhoso, alegre”, acrescentou. Ela também revelou que o mecânico passou por uma situação parecida há cerca de quatro anos.
A consultora, que mora em São Vicente, litoral de São Paulo, programava uma viagem, junto com a irmã, para visitar o pai. Por conta dos ferimentos, o caixão foi lacrado. “Eu quero que realmente a polícia faça justiça”, fez um apelo por providências na elucidação do caso.