Ex-médico do Mogi Mirim, Alexandre Carvalhal recorda como surgiu a oportunidade de trabalhar no Sapo e estrear em um jogo logo contra seu clube do coração, o Santos, de Neymar, que fez seu primeiro gol como profissional nesta partida.
Boteco – Você veio a Mogi por meio da Cássia (esposa)?
Alexandre – Por intermédio da Cássia, mulher que manda.
Boteco – Vocês se conheceram em Alfenas-MG?
Alexandre – Em Alfenas, a gente teve nossos 2 filhos lá, mas a Cássia sempre queria voltar. Sempre tive ideia de voltar ao Estado de São Paulo, mas lá estava bom também, Minas é muito legal. E cheguei aqui, começar tudo de novo. Plantão que ninguém quer fazer, foi difícil entrar na cidade, fui operar em Jaguariúna, concursei em Cosmópolis, peguei um serviço em Engenheiro Coelho, estava fazendo Centro de Especialidades no Guaçu, cobrindo férias de um colega. O que aparecia, eu pegava. E nessa eu tava lá e a Cássia falou que o Dr. Raji estava precisando de alguém para fazer um jogo e era contra o Santos, cara, Mogi e Santos, no Pacaembu. Puta… eu vou, tranquilo. Foi 2009.
Boteco – E esse convite pegou de surpresa?
Alexandre – Ah, totalmente.
Boteco – Você não imaginava trabalhar no Mogi Mirim?
Alexandre – Não, nada, mas até tinha essa vontade, já tinha pensado, conversado com algumas pessoas como era lá, mas ainda na gestão do Seo Wilson (em 2009, já era Rivaldo).
Boteco – Você chegou a Mogi Mirim em 2007?
Alexandre – Eu era torcedor de arquibancada, cara, eu ia ver o Mogizinho, quando cheguei aqui, ia todo jogo.
Boteco – Antes de chegar na cidade, pela Cássia ser de Mogi e por você gostar de futebol, já ficava de olho no time?
Alexandre – Sim, porque eu acompanhava bem futebol, gostava muito do Campeonato Paulista, Mogizinho sempre foi um time que se ouviu falar, mas nunca imaginei que fosse trabalhar um dia no Mogi. Mas, quando eu cheguei, eu ia no estádio, porque é muito agradável chegar uma quarta-feira à noite e ver um Mogi e Botafogo, sei lá, eu achava uma delícia e ficava impressionado como não ia ninguém. E eu morava perto, subia a pé e ia ver jogo.
Boteco – Como foi a estreia contra seu time do coração?
Alexandre – Me encantei, chegar no Pacaembu, a torcida do Santos, você vê o esquema de futebol profissional mesmo.
Boteco – O que mais te impressionou?
Alexandre – Desde a hora que a gente chegou no hotel para ver a delegação, eu já tive contato com o César Sampaio, Cléber. Alguns jogadores que a gente já ouvia falar, a hora que entra no ônibus, vai os batedores até o Pacaembu… Daí eu cheguei lá, ninguém me conhecia, aí fui pegando, tava o Andrezão, massagista, me orientou no começo.
Boteco – Teve contusão nesse jogo?
Alexandre – Não, nesse jogo uma recordação que eu tenho é do Neymar, molequinho de tudo, cara.
Boteco – E esse jogo, no Paulistão 2009, foi o do primeiro gol da carreira dele e sua primeira partida também…
Alexandre – Exatamente, por isso marcou isso daí.
Boteco – Você ficou impressionado com ele?
Alexandre – Ficava porque era muito habilidoso, leve e pequeno, menininho. E não “achavam” ele, você vê que era diferente. E no campo, ali perto, você fica mais impressionado ainda, porque era muito franzino, sem consistência muscular nenhuma, foi muito bem trabalhado, inclusive, uma habilidade fora do comum. Foi o último jogo do Paulo Campos (ex-técnico do Mogi).
Boteco – Alexandre volta para contar uma excursão à Europa como volante por um time comandado pelo técnico Falcão.