Desde que nasci, nesta querida Mogi Mirim, vi, li, ouvi e presenciei fatos interessantes e que passo a contar.
Reclamações sobre a energia elétrica e água
Em 1945, a iluminação elétrica em Mogi Mirim recebia inúmeras reclamações em virtude de sua ineficiência. As luminárias das praças Rui Barbosa e Floriano Peixoto pareciam verdadeiras lamparinas, mal funcionando. Por causa da constante queda de voltagem os aparelhos elétricos e rádios chegavam a desligar e sofrer avarias.
Com todos esses problemas elétricos, e também com a falta d’agua, o povo indignado criou um versinho maroto na época: “Mogi Mirim, cidade que me seduz, de dia falta água e de noite falta luz!”.
Pipas, papagaios e maranhões
Nos meses de julho e agosto, principalmente, a criançada de Mogi Mirim empinava brinquedos aéreos construídos de papel celofane e varetas de bambu, aproveitando a época de ventos mais fortes. Antigamente, a construção era artesanal, com pais, avós e netos participando. Existiram concursos pela cidade, premiando os mais artísticos, originais, maiores, menores e com grande colorido. O Clube Mogiano organizou diversos concursos dessa natureza, com três deles organizados por mim e com grande sucesso e dezenas de participantes.
Atualmente, as pipas, papagaios e maranhões são encontrados a venda no comércio e, praticamente, acabaram os artesanatos e os concursos.
Sessões noturnas da Câmara Municipal
Até meados do século passado, entre os anos 1940 e 1950, as sessões da Câmara Municipal de Mogi Mirim eram realizadas pela noite e chegavam, em algumas oportunidades, seguirem até a madrugada. Por um decisão do presidente da Câmara, José Bonel Guerreiro, a partir de julho de 1957 as reuniões passaram para o período diurno todas as segundas-feiras. Alguns vereadores reclamaram, alegando que o novo horário iria atrapalhar seus negócios comerciais e industriais. Ressalte-se que, nessa época, os vereadores não recebiam subsídios.
A Voçoroca e os Geólogos
Nos anos 1960, a Universidade de São Paulo (USP), enviou diversos geólogos a Mogi Mirim para estudar a voçoroca da cidade. Existia a hipótese daquele acidente geográfico ter sido provocado pela queda de um grande meteorito vindo do espaço. Com os estudos dos geólogos foi afastada essa possibilidade. As análises indicaram que a origem da Voçoroca tinha como principal causa a erosão pluvial. Os geólogos da USP recolheram materiais no local para estudos mais aprofundados com o objetivo de analisar o teor de radioatividade. Constatou-se que aquela depressão geológica tinha mais de 600 anos de existência!
Túnel do TEMPO — Em 29 de outubro de 1930, membros do Partido Democrático de Mogi Mirim reuniram-se na Câmara Municipal para compor uma junta provisória com a finalidade de governar o município durante o movimento armado contra o governo federal e desfechado pela Aliança Liberal. Foi lavrada ata na oportunidade.
Preceitos Bíblicos — “Feliz o homem que foi perdoado e cuja falta já foi encoberta. Feliz o homem a quem o Senhor não olha mais como sendo culpado e em cuja alma não há falsidade! Eu confessei afinal meu pecado e minha falta vos fiz conhecer. E perdoastes Senhor a minha falta! ” (Salmo 31)
Legenda da Foto:
Em 1940, o mato costumava crescer entre as juntas dos paralelepípedos de nossas ruas. Como não existiam produtos mata matos, o jeito era usar faquinhas e espátulas para retirar as pragas. Para isso, muitos meninos eram pagos pela Prefeitura e supervisionados por um fiscal adulto.