Dois irmãos, um de 21 anos e outro menor, de 17, moradores do Alto do Mirante, afirmaram ter sido vítimas da truculência de policiais militares da Força Tática de Mogi Guaçu, no fim da tarde de segunda-feira, na zona Leste de Mogi Mirim. O caso teria ocorrido em um salão de cabeleireiro, à Rua Arthur Juliani, no bairro Jardim Lago.
Um boletim de ocorrência de lesão corporal e dano foi registrado pelas vítimas, na tarde de quarta. Os irmãos relataram que estavam dentro do estabelecimento, onde havia também outros clientes, quando três policiais, sem mandado, entraram no local e ordenaram que todos ficassem em pé e com a mão na cabeça. Em seguida, os PMs fizeram o procedimento de revista, mas nada de ilícito foi encontrado com nenhuma das pessoas abordadas.
O adolescente contou que, por ter demorado um pouco para se levantar, um dos policiais o agrediu com dois tapas em seu rosto e um soco em sua cabeça. O irmão do menor também acusa um outro PM de ter danificado seu aparelho celular, já que se recusou a obedecer a ordem do policial para desbloquear o aparelho. De acordo com o registro da Polícia Civil, um dos policiais militares ainda teria dito “vim buscar o que você está me devendo” ao proprietário do salão.
As vítimas descreveram a situação como constrangedora e disseram que, a todo momento, os policiais comentavam “mexeu com um PM, mexeu com todos”. Os irmãos só puderam sair do local depois de quase uma hora, após serem liberados pelos PMs. Eles não souberam informar os nomes dos policiais. No boletim apenas consta que o PM acusado de agressão era branco e aparentava ter 25 anos.
Outro lado
Procurado por O POPULAR, na manhã de quinta-feira, o capitão e comandante da Força Tática do 26º Batalhão de Polícia Militar do Interior (BPM/I), Marcelo Soares Cavalheiro, afirmou que o caso será apurado internamente assim que a denúncia chegar oficialmente à corporação. Deve-se instaurar uma investigação preliminar para verificar os fatos e fazer o reconhecimento dos policiais acusados. Se houver indícios e provas materiais, a PM abre um Inquérito Policial Militar (IPM).