O aumento das notícias falsas deve-se principalmente à globalização da internet, trazendo facilidades na comunicação rápida, utilizando aplicativos de conversas em tempo real e as redes sociais. Hoje em dia no Brasil, a produção e divulgação das chamadas Fake News podem colocar em risco o processo democrático das eleições, a ponto de resultarem na anulação de alguma eleição, caso tal notícia falsa influencie diretamente em seu resultado.
A maioria da população acha que a internet é “terra de ninguém” e se a informação está lá é porque é real e pode ser compartilhada. Fato que não é bem assim. Toda e qualquer notícia que recebemos nos aplicativos de conversa rápidas e redes sociais devem ser examinados rigorosamente, pois, se oriundas desses veículos de comunicação, podem ser falsas.
Não somente as eleições em todo o mundo estão sendo afetadas pelas Fake News, como também diversos setores e áreas da economia. Quem vive do mercado de capitais sabe a importância de se checar a origem das notícias, e como elas influenciam significativamente no resultado de suas operações. Há um famoso ditado que mesmo aquele que está iniciando agora no mercado já deve ter ouvido a expressão comum utilizada nesse meio: “comprar no boato e vender no fato”.
Implicitamente, essa frase destaca que, no mercado de investimentos, as informações circulam, e nem sempre o investidor tem certeza desta informação, que em um seguinte momento, pode se revelar verdadeira, como falsa.
Especificamente no mercado de ações, é impossível antever notícias que alterem os seus preços e que podem gerar oportunidades de ganhos no curto prazo. Expectativas podem não se confirmar, projeções ou notícias podem estar erradas, e em último caso, podem ser falsas, gerando oscilações abruptas no mercado, fazendo com que o investidor seja prejudicado.
Mas como se prevenir contra notícias falsas e boatos? É imprescindível que se cheque a fonte: são sites conhecidos, confiáveis, possuem boa relação e crédito com seus leitores? O originador da notícia ou colunista entende e tem bagagem suficiente para transmitir tal informação? Há algum conflito de interesse por trás? Num primeiro momento, são essas as questões a serem levantadas para certificar a veracidade da notícia.
Por fim, devemos redobrar nossa atenção como investidores e leitores, uma vez que a internet possibilitou, por bem ou por mal, um efeito exponencial do número de sites, blogs e fóruns, com respectivas “autoridades” em investimentos e nas quais são feitas recomendações de ações. Portanto, olho vivo com as Fake News.
Por Felipe Vidolin é Pós-Graduado em Engenharia de Telecomunicações e investidor