Ser capaz de decorar dezenas de livros e de dizer o dia da semana em que qualquer pessoa nasceu, mas não conseguir abotoar a camisa eram algumas das características do personagem vivido pelo ator Dustin Hoffman no filme Rain Man (1988). O personagem foi inspirado num rapaz americano portador da Síndrome de Savant, uma das muitas definidas como transtorno do espectro autista (TEA).
O termo “espectro” foi dado porque a síndrome envolve situações muito diferentes umas das outras. De acordo com o portal do médico Drauzio Varella, “todas, porém, em menor ou maior grau estão relacionadas com dificuldades de comunicação e relacionamento social”.
No mundo, abril é reconhecido como o mês de conscientização sobre o autismo. A cor que define o período é o azul, porque o transtorno atinge mais pessoas do sexo masculino. Já o seu símbolo, criado em 1963, é um quebra-cabeça. A ideia é representar as dificuldades de compreensão das pessoas com autismo.
A fita com o quebra-cabeça tem diferentes cores e formas, e lembram a diversidade das pessoas com a doença. A fita é brilhante, sinalizando que, com maior conscientização, intervenção precoce e tratamentos adequados, os autistas conseguem ter qualidade de vida.
Graus de autismo
O autismo já foi classificado por categorias, mas, hoje em dia, ele é dividido em graus de funcionalidade, sendo que, a forma como lidar com cada grau varia: baixa funcionalidade: a criança tem dificuldade de interagir, faz movimentos repetitivos e apresenta atraso mental; média funcionalidade: a criança tem dificuldade de comunicação e repete comportamentos e alta funcionalidade: os sintomas são mais leves e o portador tem condições de estudar, trabalhar e ter uma vida com menos empecilhos.
Causas e sintomas
A ciência ainda não conseguiu desvendar o que realmente causa o autismo, mas há evidências de que a doença esteja relacionada a fatores genéticos, infecções durante a gravidez e fatores ambientais, como poluição, por exemplo.
A criança com autismo por apresentar diferentes sintomas. Entre os principais estão: falta de contato visual com a mãe, inclusive durante a amamentação, pouca vontade de falar, ansiedade, inquietação exagerada, repetição de palavras que ouve, choro ininterrupto, agressividade e dificuldade para aceitar novas rotinas.
Prevenção
Embora não haja uma causa específica que provoque o autismo, há formas de prevenir o problema psiquiátrico. As orientações são voltadas para mulheres grávidas. O ideal é que elas evitem ambientes com muita poluição, exposição a produtos tóxicos, ingestão de bebida alcoólica e vacinar contra rubéola para evitar que a infecção afete a gestação.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico do autismo não se dá através de exames laboratoriais ou de imagem. Ele é feito pelo médico através do histórico do paciente, análise de seu comportamento e relatos dos pais. Em geral, os médicos utilizam o Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais ou a Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial da Saúde.
O autismo é uma doença sem cura, por isso, o tratamento é feito através de diferentes profissionais da saúde, como médicos, fonoaudiólogos, psicólogos, pedagogos e fisioterapeutas, para que o portador consiga desempenhar tarefas do dia a dia sem muitas dificuldades. Além disso, caso haja presença de agressividade e doenças paralelas, como a depressão, o tratamento pode incluir medicamentos.