sábado, novembro 23, 2024
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Mika crava a 6ª participação em mundiais de ski nórdico

Uma brasileira, do interior de São Paulo, que se atreve a desafiar competições de montanha por aqui. E de neve em outros países. O que sempre parecia até insano, hoje em dia é normal. Os mogimirianos já se acostumaram a ter uma conterrânea representando o país em campeonatos de alto nível pelo mundo afora.

A mais recente participação foi no Campeonato Mundial de Ski Nórdico, evento organizado pela Federação Internacional de Ski (FIS). O campeonato é realizado atualmente de dois em dois anos e inclui três disciplinas do esqui nórdico: o esqui cross-country, o combinado nórdico e o salto de esqui.

Esta foi a sexta participação da atleta em campeonatos mundiais. A seleção brasileira de ski cross country foi composta por quatro homens e três mulheres, recorde de brasileiros que se classificaram para uma edição do Mundial, à frente de 2017, em Lahti, na Finlândia, quando a equipe foi integrada por três mulheres e três homens.

A mogimiriana competiu em duas provas. Nas qualificatórias do distance 5k no estilo skating e do sprint 1,2k clássico. No sprint, Mika obteve 103ª posição, não avançando para as quartas de finais, em que somente as 30 melhores se classificam. “O sprint, que é a distância mais curta no ski, é sempre a minha pior prova. Uma prova de duração curta, extremamente explosiva, vai na contramão da minha especialidade, que é a disputa em provas de fundo”.

Já na prova de cinco quilômetros no estilo skating, a atleta se destacou e chegou a ficar muito perto de ir às finais. Mika foi a 16ª colocada entre as 43 atletas e, por apenas nove segundos, não ficou entre as 10 que avançaram para a decisão, que já tem automaticamente classificadas as 60 melhores atletas ranqueadas do planeta.

“Ficamos muito contentes com a minha prova de 5k. Trabalhei o ano todo com foco nessa prova, pois sabíamos que é nos 5k e 10k em que desempenho melhor. Foi por muito pouco que não entrei na final, e foi no trecho final da prova, em que há mais descidas, que eu perdi posições”.

Ela contou que, nos trechos mais duros do percurso, onde prevalecem as subidas, seus tempos nas parciais a deixavam sempre entre as 10 melhores. “Há margem para várias correções. Uma pena não ter avançado, pois a final é realizada na distância de 10 km e tinha tudo para desempenhar melhor nesta distância. Mas sabemos de toda a dificuldade que é se classificar entre atletas que são de países que tem neve, portanto, o resultado final foi super positivo”, destacou.

Mirlene frisou que, em 2011, no Mundial de Oslo, na Noruega, avançou para a final dos 10km, entretanto, com o 10º tempo na ocasião, sendo a prova, naquele ano, realizada no estilo clássico. Já em 2017, Mika também esteve próxima das finais, terminando o qualificatório em 18º lugar entre 39 atletas.

Pandemia

O mundial foi a última competição da atleta na temporada, que teve início na última semana de dezembro de 2020. A atleta competiu em duas etapas da Ibu Cup de biatlo, realizadas em Arber, na Alemanha e no Campeonato Europeu de Biatlo, realizado em Duszinik, na Polônia. Na preparação para o Mundial, competiu ainda em provas da FIS, na Áustria. No total foram 11 largadas em dois meses na Europa.

“Nunca passou pela minha cabeça que um dia eu competiria em uma situação de pandemia. Até o início de dezembro toda a temporada estava incerta, mas a FIS e a IBU se desdobraram para que os eventos acontecessem. Em dois meses realizei 14 testes no formato PCR de Covid-19, exigência das viagens internacionais e das competições”, contou.

Dentro da bolha da IBU e da FIS, quando estava dentro do evento, era testada a cada três ou quatro dias. Na rotina, quartos individuais, transporte apenas entre integrantes da mesma equipe, proibição de deixar os hotéis para qualquer coisa, refeições em mesas separadas.

“Uma rotina diferente e estressante, mas que foi necessária para que os eventos acontecessem. Enquanto estava nas “bolhas” das competições eu não podia ir a um mercado ou uma farmácia, apenas um responsável da equipe estava liberado a fazer essas coisas. Com todo esse cuidado, me senti segura todo o tempo, e essa era uma preocupação dos organizadores para uma situação tão delicada neste momento”.

Ela relatou ainda que, se um atleta ou membro da equipe testasse positivo para a Covid, era afastado e que, em caso de mais um caso positivo na mesma equipe, todos tinham que se retirar automaticamente do evento. Uma das favoritas, a Itália, com mais de 40 pessoas entre atletas, treinadores, staff e preparadores de ski, teve que deixar o Mundial na terça, 2, por conta de mais de um caso positivo de Covid-19 dentro da equipe.

Mirlene enfatizou que, para atletas, treinadores e equipes como um todo, as coisas funcionaram. Porém, foi triste ver um campeonato mundial sem público. Oberstdorf foi escolhida sede do evento cinco anos antes e, entre outras candidatas, ganhou o direito de sediar. “A cidade e a população se prepararam, centenas de voluntários se disponibilizaram a organizar um evento deste porte, que demanda um trabalho de no mínimo dois anos. E, e no final não teve a festa que todos esperavam por conta da pandemia”.

No momento das provas, só havia no estádio e ao redor das pistas, treinadores, juízes, staffs e câmeras. Aliás, muitas câmeras de TV. “Esse foi o único meio de mostrar a competição para o público. Foi um cenário totalmente diferente de todos os outros mundiais que participei, em que o estádio e as grades das pistas ficam cheias de torcedores”, relembrou. No mundial de Oslo, em 2011, no dia da minha prova de 30km, um sábado de -12 graus celsius, haviam 50 mil pessoas na Arena de Oslo”, completou.

Mika ressaltou que, realmente, há uma camada da população que foi mais afetada que a sua e que precisam de mais apoio e atenção neste momento. Por isso mesmo ela destaca que e torce para que, mais uma vez, o esporte sirva como exemplo. “De gestão desta vez, em que, com muito planejamento e ações específicas e direcionadas, foi possível manter um calendário de competições para este inverno. Eu, em nome de toda a equipe brasileira, desejo que todos passem por esse momento complicado da melhor maneira possível e sentimos muito por todas as perdas causadas por essa pandemia”.

A mogimiriana é patrocinada por Cortag, Lem e TM Motos Brasil, Visafertil, First Boutique Imobiliária, Hospital 22 de Outubro, Mediphacos, Ibeas Academia, Fisio Zavarize e Explosão Suplementos e agradeceu o apoio de Afiak, Mogi Flex, APM Mogi Mirim e Agência Theodoro Jr.

Crédito da foto: Daylier Skier 

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