sábado, novembro 23, 2024
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Mineiro: recordação de Rogério Ceni e aventuras

No último capítulo de suas histórias, o gandula Mineiro conta sobre a curiosa relação com Rogério Ceni e as recordações guardadas do goleiro e relembra mais aventuras.

Boteco – Muitas confusões como gandula, Mineiro?

Mineiro – Uma vez a Ferroviária veio em Mogi, tava 0 a 0. Tinha um centroavante, Chico Ferrugem. A bola tava saindo, o Chico veio, ele e a bola para fora. Do jeito que veio, eu dei uma voadora no peito, mandei ele de volta ao campo.

Boteco – Mas por quê?

Mineiro – Sei lá o que deu na cabeça. Acho que acordei o “mardito” rapaz. Passou 10 minutos, ele fez 2 gols. Eu fazia bagunça, a torcida gostava. Outra vez teve um jogo da Ponte Preta, eu era maqueiro, pintor de rodapé. De vez em quando pegava uns magrinhos, dava pra carregar, mas os grandões… Aí peguei um pesado. Eu na frente da maca e outro colega atrás. E a torcida: “joga, joga”. Não deu nega. Eu trancei um pé no outro por gosto e caí, soltei a maca, plantei o cara. A torcida levantou e começou a gritar. Juiz pegou e me expulsou. Eu falei: “não fiz por gosto, tropecei”. Ele falou: “se você não aguenta carregar jogador, não vai de maqueiro, vai para outra profissão”.

Boteco – Você pede camisas aos jogadores?

Mineiro – Pedir sim, ganhar nunca. Desde que eu cheguei no Mogi, eu tenho uma que ganhei do Henrique (Lanhelas). Um dia o Luís Mário na volta, fez um gol do meio-campo, bonito. Eu entrei no campo para dar parabéns, ele tirou a camisa e me deu. Eu fiquei até meio abobado porque eu não pedi. Luís Mário é um dos jogadores mais simpáticos.

Boteco – Você chegou a pedir ao Neymar?

Mineiro – Eu cheguei a conversar quando o Mogi ganhou de 2 a 1 (2010). Pedi a camisa. Ele falou: “Oh, garoto”. Chamou de garoto, fiquei tão contente. Ele serve de um neto meu. “Infelizmente não posso, tô começando”. Muito simpático. Um cara dos mais bacanas é o Rogério Ceni, tenho muita amizade, cansei de ver ele. A gente está sempre marcando tempo para goleiro, eles pedem o tempo pra gente. Rogério pergunta muito. Uma vez eu pedi a camisa, ele falou: “depois do jogo vamos ver”. Acabou, eu falei: e a camisa? “Rapaz, prometi trocar com o jogador”. Aí ele foi falar com o juiz, eu dei um tapa na toalha dele e no bebedor.

Mineiro com duas toalhas utilizadas pelo goleiro Rogério Ceni. (Foto: Diego Ortiz)
Mineiro com duas toalhas utilizadas pelo goleiro Rogério Ceni. (Foto: Diego Ortiz)

Boteco – E ele deixou?

Mineiro – Deixou não, não viu. Eu tenho essa toalha até hoje, embora não torça pro São Paulo, mas eu gosto do time. Em outro jogo, eu pedi a camisa, ele tinha me dado uma toalha, tenho as duas.

Boteco – Outras histórias?

Mineiro – Tenho uma com José de Assis Aragão. Quando ele apitava na década de 80. O Mogi mandava levar refrigerante, banana, maçã aos árbitros. Aí eu cheguei ao vestiário, ele estava cochilando numa cadeira, antes do jogo. Eu cheguei com a caixa de Coca-Cola, ergui e soltei, uns 70 centímetros de altura, para assustar. Bateu, soltou umas garrafas pra cima e explodiu. Por ter muito gás, ela explode forte. Ele caiu da cadeira e não sabia onde tava. E começou a gritar. Eu subi, ele não me viu. Os bandeiras viram. Na hora de pegar as bolas, falei: “senhor vai me desculpar, a caixa caiu”. Ele falou: “isso aí você fez por gosto, vai passar, mas você quase me matou do coração”.

Boteco – Valeu, Mineiro!

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