“É o resultado mais expressivo da minha carreira”. A frase dita pela atleta Mirlene Picin a O POPULAR sintetiza o significado do resultado alcançado pela mogimiriana no Mundial de Skyrunning 2022, que foi disputado no período de 8 a 12 de setembro na cidade de Domodossola, na Itália. Em sua estreia em campeonatos mundiais desta modalidade, Mirlene foi a melhor atleta das Américas na competição.
O mundial foi disputado nas modalidades de Kilometro Vertical, 50km Skyultra e 30km Sky. O evento contou com a participação de 36 países, reunindo um total de quase 300 atletas. O Brasil esteve presente com 18 representantes. No Kilometro Vertical, o país competiu com quatro mulheres e dois homens. A prova contou com 3,75 km de percurso e um ganho de elevação de 1063 metros.
Com a disputa no vilarejo de San Domenico di Varzio, com largada na base da montanha e a chegada no topo, sendo o trajeto feito ao contrário da pista de descida de ski alpino, Mirlene foi a melhor brasileira da prova, conquistando o 21º lugar e assegurando o melhor resultado de um atleta das Américas, ficando à frente de competidoras de países tradicionais neste esporte como França, Áustria, Bélgica e Suécia.
Considerada a modalidade mais exigente da corrida de montanha, o Kilometro Vertical é composto por provas que devem ter entre 2,5 km e 5 km, mas, obrigatoriamente devem ter um ganho de elevação de mais de 1 km. “É o famoso do inferno ao céu em dois palitos”, comentou Mirlene. Segundo ela, é comum as provas acontecerem em pistas de ski, onde se corre ao contrário, ou seja, na subida, com inclinação que podem passar de 40%, com trechos de escalaminhada ou engatinhada.
“Os atletas especialistas desta modalidade tem características bem definidas, como a relação peso x potência ser determinante, tem melhor desempenho os atletas com massa corporal mais baixa, mais longilíneos e com uma característica fisiológica bem importante: o alto índice de VO2 máximo, que é a capacidade do corpo em consumir oxigênio. Meu VO2 é de 67.4mg/m”, informou.
A prova foi dominada pela Suíça, que faturou o ouro, com a atleta Maude Mathys, multi campeã do mundo no ski e no Kilometro vertical, e o bronze. A França ficou com a prata.
Ser a 21ª melhor atleta do mundo na prova mais exigente da corrida de montanha é motivo de orgulho para Mirlene. “Já ganhei muita coisa em corridas de montanha aqui na Europa, mas eram provas menores, provas locais de cada país. Aqui, foram os melhores dos melhores competindo, e estar nessa 21ª colocação é o melhor resultado de tudo na minha carreira, incluindo os mundiais de ski – foram seis participações da mogimiriana que se prepara para o sétimo, em fevereiro de 2023, na Eslovênia”, enfatizou.
Para ela, seu resultado no mundial também foi importante para o Brasil. “A gente engatinha nesse esporte, a gente não tem tradição em corrida de montanha, é um esporte que quase não se ouve falar”, destacou.
No Mundial de Skyrunning, Mirlene contou com o patrocínio da Cortag Brasil, Hospital 22 de Outubro, Syrius Medical Group, Mauricio de Sousa Produções, TM Racing Motos Brasil, Sicredi Força dos Ventos, Fermac Cargo Brasil e Mediphacos, além do apoio da Agência Theodor JR.