No período de 5 a 10 de agosto, a mogimiriana Mirlene Picin participou do Campeonato Sulamericano de Biathlon de Inverno 2022, que foi disputado na Escola Militar de Montanha de Portillo, no Chile, bem na Cordilheira dos Andes, a 2.980 metros de altitude. Em cinco dias de competições e quatro provas disputadas, Mirlene conquistou duas quartas colocações e ficou em quinto em outras duas.
O biathlon de inverno é uma disciplina olímpica que une o ski cross country e o tiro com a carabina calibre .22. Os melhores resultados obtidos por Mirlene no Sulamericano foram nas provas de largada em massa de 12,5 quilômetros com quatro paradas de tiro e de 10 quilômetros de XCO sem o tiro. Nas duas, terminou na quarta colocação.
Os dois quintos lugares foram alcançados nas provas de sprint de 7,5 quilômetros, com duas paradas de tiro, e de perseguição de 10 quilômetros com quatro paradas de tiro. As disputas foram dominadas pelos atletas da Argentina. Além de Mirlene, a única civil da competição, o Brasil ainda foi representado por Fabrizio Bourguignon, tenente coronel do Exército Brasileiro.
Mirlene lamentou não ter chegado ao pódio, mas se diz satisfeita com o resultado. “Treinei para entregar a melhor performance possível. Mas não foi o que aconteceu. Não é a primeira vez na minha vida ou carreira esportiva que me preparo para algo e, no final, não tenho um bom resultado, e me cobro de maneira extrema. Mas, essa é uma das primeiras vezes que não me sinto extremamente frustrada, apenas um pouco decepcionada. Claro que eu queria uma medalha, mas ser top 5 em uma competição desse nível segue sendo um ótimo resultado pra mim”, frisou.
A atleta lembrou que competiu com meninas que estavam esquiando na altitude, no Chile e Argentina, desde a última semana de maio, por conta do ótimo inverno e com neve em abundância neste ano. “Portanto, estar disputando de igual para igual entre elas, com apenas cinco dias de treinos específicos na montanha, é um fator a se levar em consideração”, destacou.
Arma retida
A mogimiriana relatou um fato que pode ter influenciado no resultado da competição. Na chegada ao Chile, a arma dela ficou retida na aduana do aeroporto. “E por qual motivo? Uma simples falha de comunicação entre Federação Chilena de Biathlon e o exército chileno fez com que o documento de entrada da arma no país não fosse enviado à aduana. Com isso, arma e munição ficaram retidos e somente foram liberados no meu retorno ao Brasil”, contou. Para tentar amenizar o erro, o exército do Chile disponibilizou uma carabina a Mirlene.
“A documentação da arma, que é da minha responsabilidade, realizei toda com muita antecedência. Mas há uma parte dos papéis que é de responsabilidade do Chile, faz parte do trâmite deles, e foi esse documento que me faltou. Pude competir com o meu stock de madeira, mas a arma em si, que é o canhão e todos os mecanismos de mira, carregamento e disparo, foram diferentes, fornecidos pelo exército. Por sorte pude ao menos competir, mesmo com uma arma de configuração diferente e pesando 950 quilos a mais do que a minha”, apontou.
Mirlene conta com o patrocínio da Cortag Brasil, Hospital 22 de Outubro, Syrius Medical Group, Mauricio de Sousa Produções, TM Racing Motos Brasil e Sicredi Força dos Ventos. Ainda tem o apoio da Mediphacos e da Agência Theodor JR.