Final de ano, época em que diversas pessoas se tornam mais gentis com o próximo. Mas, é importante lembrar que é necessário ser solidário e ter respeito com o próximo diariamente para que o mundo se torne cada vez melhor. Adilio Candido, de Mogi Mirim, aprendeu a agir assim após ter se tornado missionário, que para ele “é ser resposta na vida de alguém”. Levar mensagem de amor ao próximo e fazer atitudes para o bem da comunidade é um dos focos dos missionários, como Adilio.
Há 14 anos, entre idas e vindas, Adilio frequenta a igreja Missão Paz e Vida, de Mogi Mirim, local que o despertou para a missão de levar o amor para diversos locais do Brasil. Ao decidir, Adilio foi acolhido na base missionária da Jocum em Pirapitininga (SP), que significa jovens com uma missão, e está presente em diversos países e no também no Brasil. A Jocum recebe evangélicos de variadas igrejas para se formarem em missionários. Há estudos e prática. “A Jocum treina as pessoas para levarem o amor de Deus para outras pessoas”, destacou Adilio, que atualmente está em Mogi Mirim, após ter se formado e levado a mensagem de amor e bondade para diversos cantos do Brasil neste ano. Em janeiro, Adilio irá para a Jocum em Porto Seguro, Bahia, para trabalhar num projeto chamado Esportes e o Reino de Deus em aldeias indígenas e favelas por meio de apoio financeiro da igreja Missão Paz e Vida.
Neste ano, na Jocum, Adilio estudou cinco meses e durante sessenta dias viajou com o grupo para diversos lugares do Brasil. O grupo de Adilio foi para a região norte e centro-oeste do País, lugares em que conheceu realidades distintas.
Alguns momentos ficarão marcados para a sempre na memória de Adílio. “Em Marituba (Pará) trabalhamos em uma escola bem precária em que as crianças tinham como alimentação só a merenda, praticamente. Reformamos a horta, plantamos e deixamos sementes para continuarem com o trabalho. Também reformamos a quadra para a comunidade. Muitas vezes as pessoas pensam que levar o amor de Deus é só levar a palavra, mas através de atitudes também podemos”, disse ele.
Adilio e seu grupo também conheceram a realidade de muitos ribeirinhos na cidade de Bujaru, também no Pará. A realidade impressionou o grupo. “Um senhor nos contando que demorava três horas para chegar na casa dele de barco. Lá você vai vendo que o simples é tudo para eles. Não sabem o que fazem para agradar. Fomos passando de casa em casa, conversando”.
O roteiro foi intenso nesses dois meses e de lá o grupo partiu para Manaus, de barco. A viagem durou cinco dias em um barco com cerca de 500 pessoas. O grupo aproveitou para realizar a evangelização também no transporte, brincando com as crianças e conversando com os adultos.
“Em Manaus fizemos evangelismo na Copa do Mundo e trabalhamos contra o tráfico de pessoas”, pontuou.
Após, o grupo foi para Mato Grosso, onde trabalhou em um hospital localizado dentro de aldeias indígenas. “Foi o local mais tenso por conta da cultura indígena bem diferente da nossa. Nesse hospital foi bem triste, tinha mãe que deixava a criança lá e voltava depois de tanto tempo que nem reconhecia o filho. O nosso cuidado é bem diferente. Também existem os rituais, os infanticídios e não é só com criança pequena, não, mas de crianças com oito anos também, que são enterradas vivas”, relatou.
Depois de dois meses de experiência o grupo voltou para a base, onde realizou a formatura. “Chegue a conclusão que ser missionário é ser resposta na vida de alguém. O que eu quero é levar o amor. Hoje as pessoas dão muito valor as coisas e não as pessoas. Quanto darmos mais valor para as pessoas teremos um mundo melhor. O fato de você dar um bom dia pode começar a transformar, são pequenos atos que mudam o mundo”, finalizou.