sábado, novembro 23, 2024
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Moacir lembra momentos na Ponte Preta, Mogi e pegadinha

No último capítulo de suas histórias, Moacir Cachorrão recorda episódios marcantes como goleiro do Mogi Mirim e Ponte Preta e revela uma pegadinha armada nos tempos de treinador do Guaçuano.
Boteco – Qual seu momento inesquecível pela Ponte?
Moacir – Vitória contra o Guarani, fazia quatro anos que a Ponte não ganhava do Guarani, ganhamos de 2 a 1, torcida 15 minutos antes, estádio inteiro em pé: “está chegando a hora…”. Acabou o jogo, a torcida me carregando.
Boteco – O que você lembra de curioso com técnico Zé Duarte?
Moacir – A diretoria queria que o Carlos jogasse. Eu me machuquei quando fui assistir Guarani e Cruzeiro. Tacaram uma pedra, levei um corte nas costas. Eu estava na torcida com o pessoal da Ponte. Quando voltei, mostrei pro Hélio dos Santos, massagista. Ele falou: “mostra pro médico”. O médico: “você vai tomar ponto, injeção e não vai jogar”. Queriam que o Carlos jogasse. Aí fui no Hélio. “Eu faço um curativo, fica sossegado”. Voltei pro médico: “não vou tomar ponto, não vou tomar injeção e vou jogar”. Só que no outro dia no jornal: Moacir não joga, vai jogar Carlos. Aí na hora da palestra: “vai jogar eu”. E jogou eu.
Boteco – Como foi a sensação de vir pro Mogi? Foi especial?
Moacir – O Wilson e o Henrique foram no Cruzeiro-MG para contratar um goleiro. E perguntaram pro João Francisco treinador. Pô, eu to precisando de um goleiro. Tem um goleiro perto de vocês que o Cruzeiro tá querendo contratar, por que vocês não contratam ele? Moacir. O Henrique ficou dois meses assistindo jogo do Rio Branco-MG. E o Wilson todo ano me convidava. Mas eu ia ganhar, tipo 10, ele me oferecia 2, eu ia ganhar 20, ele me oferecia 4. Nunca teve acerto. Lá em Andradas eu tinha o apelido de Sassá Mutema, Salvador da Pátria, lembra daquela novela? Tinha acabado meu contrato e eu tava renovando. Nesse meio tempo, o Wilson me ligou. “Quanto você quer?”. “Eu quero tanto”. “Eu te dou”. Cobriu a proposta. Aí quando eu voltei, o Rio Branco cobriu. E me ofereceram um contrato de 3 anos e quando acabasse, eu tomava conta de tudo. Aí voltei a falar com o Wilson: e sua palavra, não vale? Vale. Aí fui no Rio Branco: não tem jeito, eu dei a palavra.
Boteco – Você se dava bem com o Barros?
Moacir – Me dava. O Wilson era apaixonado pelo Mogi, teve jogo que terminou 0 a 0 no intervalo. “Essa b… Vou triplicar o bicho, quero ganhar de 3 a 0”. No segundo tempo, parecia seleção brasileira, 3 a 0. O homem desceu no vestiário. “Vocês são tudo mercenário”. Pegou um monte de dinheiro, jogava no chão: “eu vou pagar, porque meu dinheiro não acaba”.
Boteco – Lembra de alguma história como técnico?
Moacir – Fomos jogar em Santa Fé. O Ziza chegou. “Moacir, quem vai jogar?”. Eu pensei: pô, vai querer saber quem vai jogar? Ele era supervisor. Aí eu já comecei… o goleiro de centroavante, escalei tudo errado, pra sacanear ele.
Boteco – Ele percebeu que era zoeira?
Moacir – Não. Aí desceu do ônibus, no orelhão e eu escutando. “Presidente, Moacir tá louco, vai mexer no time”. Fiquei quieto. Aí ele entrou, sentou do meu lado. Eu pensei: vou sacanear esse negão. Deu uns 40 minutos, eu deitei no ombro dele. Comecei a roncar, de propósito. E segurando pra não dar risada. E ele não fazia nada. Vai me acordar? (risos) Eu sou o treinador. Aí eu não agüentei e dei risada. Aí ele viu que era sacanagem. “E você sabe por que eu fiz isso? Você veio perguntar o time. Você acha que eu ia colocar o Garcia, goleiro, de centroavante?”. Aí eu falei, é sacanagem, vai jogar o time que treinou.
Boteco – Valeu, Moacir!

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