sábado, novembro 23, 2024
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Modernidade e senso de coletivo

Caiu como surpresa para inúmeros munícipes o projeto de lei da vereadora Dayane Amaro (PDT) dispondo sobre a autorização na condução de animais domésticos no transporte coletivo de Mogi Mirim. Aprovado pelos vereadores em primeiro turno, por unanimidade de votos na segunda-feira, ainda depende de mais uma votação, em segundo turno, para ser sancionado pela Prefeitura. Nem mesmo o parecer desfavorável da Comissão de Justiça e Redação do Legislativo foi capaz do que, ao que tudo indica, mudar os rumos do projeto, que tem tudo para ser novamente votado de forma positiva na próxima sessão da Câmara Municipal.

Desde quarta-feira, após publicação da reportagem por O POPULAR, diversos comentários e posições contrárias ou não ao projeto foram vistas pelas redes sociais, e também pelas ruas. O fato de os animais serem considerados por muitos como verdadeiros integrantes da família, alguns em especial com tratamento de fazer inveja para muita gente, torna a discussão do projeto ainda mais relevante, já que vai de encontro a outro tema de intensa discussão na sociedade: a qualidade do transporte público, que não apenas no país, como em Mogi Mirim, volta e meia é motivo de reclamações e debate, principalmente em relação aos usuários que, muitas vezes, tecem críticas contra o preço da passagem, qualidade de pontos de ônibus e até contra os veículos.

Não se pode duvidar da intenção do projeto de Dayane Amaro. Adepta da causa animal, diz ter sido procurada por munícipes que não encontram condições em levar seus animais para clínicas veterinárias. Tendo isso como gancho, elaborou um projeto detalhado e uma justificativa plausível, longe de ser evasiva, como o transporte dos animais de até dez quilos, necessidade de apresentação da carteira de vacinação, transporte em recipiente adequado e pagamento da tarifa em seu valor integral pelo dono do animal. Ponto negativo apenas para o fato de que a análise do cobrador ou motorista para permissão da condução ser realizada a olho nu, sem uma balança, o que pode dificultar no momento da entrada no veículo e atrapalhar o tempo da viagem.
O projeto, caso seja aprovado, também vem acompanhado de um desafio, o papel da população, no caso, os passageiros. Muitos dizem que os ônibus não são os espaços apropriados para os animais, alegando desconforto.

Por outro lado, o animal pode causar incômodo assim como o próprio ser humano, já que não é difícil notar reclamações dentro dos veículos relacionados ao som alto de músicas nos celulares, conversas, gritos, choros de bebês e até algazarra. Está na hora de o lado coletivo falar mais alto e o ser humano ser menos individualista e mais flexível ao avanço da sociedade, que hoje pode muito bem receber um projeto como o da vereadora. A Prefeitura também terá importante parcela no projeto, na questão da divulgação, fiscalização e informação de regras à população. Os animais merecem respeito assim como todos os cidadãos.

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