O Mogi Mirim estuda entrar com uma ação no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) pedindo que o jogo das quartas de final da Série C do Campeonato Brasileiro entre Betim e Santa Cruz, marcado para domingo, em Minas Gerais, seja suspenso até que se tenha uma definição da Justiça Comum quanto ao agravo de instrumento da CBF, que tenta derrubar a liminar do time mineiro.
A revelação foi feita em entrevista à Rádio Transamérica, em programa esportivo desta quinta-feira.
A medida visa evitar que os jogos ocorram e depois a Justiça elimine o Betim, o que poderia dificultar a situação, especialmente se o Santa Cruz tiver se classificado.
Antes de marcar o jogo na quarta-feira, a CBF aguardou o julgamento de seu recurso, mas o juiz do Tribunal de Justiça de Minas Gerais adiou a decisão, solicitando documentos que comprovem existir no regimento da FIFA uma regra prevendo a perda de seis pontos em caso de dívidas financeiras. O Betim foi punido com a perda de seis pontos em função de uma dívida com o The Strongest, da Bolívia, referente a negociação de Pablo Escobar, em 2008, mas uma liminar obtida na sexta-feira devolveu a pontuação, a vaga e cancelou o jogo entre Mogi Mirim e Santa Cruz, que seria na segunda-feira.
Bonetti também revelou que o Mogi Mirim desistiu de prosseguir na ação na Justiça Comum em que pedia que a CBF fosse obrigada a atender à determinação da FIFA de retirar os pontos do Betim, o que já havia sido feito, mas derrubado pela liminar obtida pelo clube mineiro. Inicialmente, a juíza Kátia Bugarim, do Rio de Janeiro, apontou falta de competência para analisar o pedido do Mogi Mirim, recomendando ao clube entrar com uma ação na Vara de Justiça da Barra da Tijuca, bairro do Rio onde está localizada a CBF. Porém, o Sapo desistiu da ação.
A desistência, segundo garante Bonetti, não tem relação com a ação do Betim pedindo a exclusão do Mogi Mirim da Série C, no STDJ, pelo fato do Sapo ter entrado na Justiça Comum sem antes esgotar as esferas desportivas. Bonetti considerou um absurdo a ação do clube mineiro, pois frisou ter entrado na Justiça Comum justamente para fazer valer a decisão da Justiça Desportiva. O dirigente do Mogi Mirim destacou que a exclusão de clubes que entram na Justiça Comum é prevista quando a ação visa ir contra uma decisão da Fifa. O Sapo fez justamente o contrário.
Enquanto estuda a melhor maneira jurídica de brigar pela vaga às quartas de final, o Mogi Mirim segue treinando.