quinta-feira, novembro 14, 2024
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Mogi Mirim ainda não raciona água, mas Saae pede economia

O intenso calor registrado em todo o país nas últimas semanas, que vem obrigando diversas cidades do estado ao racionamento de água, ainda não traz consequências para Mogi Mirim. Embora a possibilidade de racionar água esteja descartada pela Prefeitura até o momento, dicas para economizar e baixar o consumo são pedidas pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae).

“Mogi Mirim não corre o risco de racionamento de água, pois, estamos no médio Mogi Guaçu, onde a água é farta e, além do mais, estamos captando do reservatório de uma usina hidrelétrica. Mas já sentimos uma falta de pressão nas redes, em locais mais distantes do Centro. Isso é reflexo do aumento de consumo da população”, explicou Celso Cresta, presidente do Saae.

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Pedras são nítidas e e vazão do Rio Mogi Guaçu está muito baixa. (Everton Zaniboni)

O presidente ressalta que embora Mogi não corra risco, a população deve se preocupar com a economia de água, seja em períodos de estiagens ou de chuva intensa. “No calor escaldante o número de banhos é maior, devido ao tempo muito seco e as donas de casa lavam suas casas com mais frequência. É necessária atenção especial da população quanto à economia de água”, alertou.

Cresta admite que mesmo o manancial de água bruta sendo inesgotável, o sistema de água é muito antigo, o que acarreta diversos problemas. “Nosso sistema de tratamento e distribuição está muito fragilizado por falta de investimentos. Em Mogi Mirim há uma Estação de Tratamento que está tratando água muito além do seu limite, devido ao tipo de rede de água que possuímos. Temos que conviver com uma perda por vazamentos muito grande”.

A expectativa é que por meio de Parceria Público Privada (PPP), todas as falhas possam ser corrigidas.

Racionamento

Várias cidades da região já adotaram medidas para a economia de água, como Mogi Guaçu, Jaguariúna, Pedreira, Arthur Nogueira, e ainda municípios da região metropolitana de Campinas, como Indaiatuba, Cosmópolis, Vinhedo e Sumaré. A baixa vazão dos Rios Atibaia e Piracicaba, secos em longos trechos, também e motivo de preocupação.

No Rio Mogi Guaçu, a baixa vazão é nítida e o sinal de alerta está ligado. Vivendo na cidade desde 1960 e sempre acostumado com o rio cheio, o aposentado Valter Sattin se assusta com a pouca água. “Nunca vi tão baixo desse jeito, venho todo dia aqui e nunca vi assim. Sempre tem água para cima das pedras, mas agora elas estão limpas”, comentou.

Trabalhar no calor não é tarefa fácil

Se dentro de uma sala com ar condicionado, na piscina, na sombra ou ao lado do ventilador, o calor já é difícil de ser suportado, trabalhar nas ruas não é serviço dos mais agradáveis. Pois essa é a rotina de inúmeros profissionais de Mogi Mirim, que procuram forças para suportar o aumento na temperatura.

Um deles é o gari Valdir dos Santos Inácio, há quatro anos na profissão. Em uma rotina que começa às 7h e termina às 16h30, medidas que protegem contra o sol são necessárias. “A sensação é que você vai derreter, não é brincadeira não. Na parte da tarde sobe o mormaço quente do asfalto. Tem que tomar muita água para hidratar”, confessou ele, que trabalha com um boné, chapéu, e uma camisa de manga comprida por debaixo do uniforme.

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Os garis José e Valdir usam proteção, como chapéu, boné e até óculos de sol para evitar o sol escaldante. (Foto: Fernando Surur)

“Até óculos de sol comprei”, mostrou o companheiro de Valdir, o também gari José Torres da Silva.

Sentado em uma calçada, o calceteiro Cláudio Aparecido batia pedras sob um sol escaldante. “Nunca vi um calor parecido em 56 anos. O sol queima, tem que passar protetor, ir para a sombra, tomar água e voltar”, explicou.

A operadora de vendas da zona azul, Eliana Soares Ferreira, que percorre ruas do centro a pé diariamente, é mais uma que sofre com o calor. Para proteção, a empresa fornece boné, protetor solar e o uniforme, que acaba protegendo contra o sol. “A sensação é igual quando joga um salgado e começa a fritar”, brincou.

O vendedor de algodão doce, Donizete Germano percorre o Centro e bairros da zona Leste a pé, em tarefa nada fácil. “Tenho que parar na sombra senão derrete tudo. Uso boné, e como proteção vou parando em alguma sombra. Mas esse é meu trabalho”, justificou.

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O calceteiro Cláudio afirma nunca ter visto calor igual na vida. “O sol queima). (Foto: Fernando Surur)

Consumo de água em Mogi Mirim

Dezembro – 490 mil metros cúbicos

Janeiro – 512 mil metros cúbicos

22 mil litros a mais de um mês para o outro, aumento de 4,5%

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