Nesta semana, o Carnaval de Mogi Mirim foi confirmado nos mesmos moldes do ano passado, procurando resgatar os pontos positivos de iniciativa da Administração. Apesar de toda a apreensão com a concentração popular no Espaço Cidadão, especialmente em relação à segurança, é inegável o sucesso da promoção, que transcorreu sem grandes problemas ou ocorrências. Que a experiência tenha servido de base para aperfeiçoar a proposta de uma festa popular de rua, onde todos possam brincar sem percalços.
De há muito a organização do carnaval é um problema na cidade. Desde a interrupção da festa na Praça Rui Barbosa há anos, por conta de brigas, facadas e tiros, ninguém ousava propor a volta da agitação nas ruas, com medo dos riscos e da repercussão negativa. Agora, parece que se encontrou um rumo apropriado, base para um trabalho de aprimoramento da ideia, que deve levar ao resgate de uma tradição que se perdeu.
Ao mesmo tempo, constituiu-se o Conselho Municipal de Turismo (Comtur) com o desafio de inserir o município no circuito de atrações no Interior. A iniciativa é válida, mas não é nova. Mesmo com a disposição de seus membros e com apoio da Administração, resta pouco a ser mostrado a visitantes.
Os principais atrativos elencados pecam pela falta de manutenção ou são vinculados a iniciativas privadas. Um passeio turístico apresentado há pouco levava os interessados a uma vista do Vale do Lavapés, à Estação Educação, a um orquidário, uma fábrica de cervejas e pouco mais que isso.
Considerados os problemas que a maioria dos pontos potencialmente turísticos da cidade apresentam, parece pouco provável que Mogi Mirim possa se inserir como pólo de atração. Se algo se destaca, são eventos como a Festa Della Mamma, algumas tímidas iniciativas de cultura como os festivais de música ou teatro, a Virada Cultural que tende a se repetir anualmente, e, agora, o Carnaval. Ainda falta muito.
É preciso que o Lavapés cumpra sua vocação de lazer e atividades ao ar livre, em área limpa e desimpedida; a Estação Educação não é mais que um prédio histórico restaurado com ressalvas; o Centro Cultural e seu teatro são totalmente inadequados e sem atividades de peso; a praça da Matriz e a Igreja do Carmo são o retrato do abandono; não existe um único parque infantil em condição de uso na cidade; os cinemas estão fechados; o zoológico a ser reaberto é uma primeira atração que pode ser realmente considerada.
É preciso torcer e imaginar que a constituição de um conselho e a disposição da Administração em promover eventos possam, em longo prazo, começar a definir um perfil de turismo minimamente interessante para Mogi Mirim.