Mogi Mirim é uma cidade marcada por diversos problemas em sua estrutura física, seja na região central ou nas periferias. São buracos por calçadas e ruas,largura desproporcional, vias estreitas, sinalização falha e dificuldade de locomoção por todos os lados, que atrapalham a rotina de inúmeras pessoas. Dentro deste cenário, vem inserido o quesito acessibilidade, que na cidade, acumula sérios problemas, colocando a vida da pessoa que possui mobilidade reduzida em uma situação pra lá de desagradável.
A discussão em torno do tema é antiga, debatida pelas últimas Administrações municipais, mas que atualmente se resume a muita conversa e pouca ação. Explica-se acessibilidade pela condição para utilização com segurança e autonomia, total ou assistida, dos espaços mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos serviços de transporte e dos dispositivos, sistemas e meios de comunicação e informação por uma pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida. A definição, extraída da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), nem de longe retrata a atual realidade no município, e levanta a tese de que medidas que levem condições adequadas para os cadeirantes se fazem necessárias.
Em sua edição de quarta-feira, O POPULAR trouxe reportagem especial sobre o tema, com depoimentos de profissionais especializados na questão, além de quem convive com o percalço diariamente. Embora a temática da acessibilidade venha sendo discutida com afinco, a própria Secretaria de Direitos da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida admite que a cidade foi projetada de uma maneira onde as adaptações esbarram em problemas estruturais. A surpresa é ainda maior quando a pasta confessa que melhorias na infraestrutura são consideradas caras, onerando os cofres públicos e que a vinda de convênios estaduais ou federais para que as mudanças saiam do papel são difíceis.
Não basta apenas boa vontade, retratada por meio de promessas, palestras, discussões e boas ideias. Já é hora de o município tratar o tema com a seriedade que ele merece e vista em âmbito nacional. O anúncio de um projeto para a Praça Floriano Peixoto, o Jardim Velho, batizado como Rota Acessível, que promete a implantação de semáforos sonoros e piso direcional para pessoas com deficiência visual, além de eliminação de inclinações incorretas e colocação de rampas é positivo, mas não o suficiente. É necessário que novas obras sejam expandidas para outras partes da cidade. O Jardim Velho é apenas uma agulha no palheiro. Que o futuro ofusque o presente.