Nos finais de semana de Cidade Nova, bairro da cidade de Ananindeua, a 19 quilômetros de Belém, do Pará, região norte do Brasil, uma das atrações é assistir aos jogos do Mogi Mirim. Não se trata de procurar uma forma de ver o Sapão pela internet ou televisão, mas sim de acompanhar o clube amador fundado pela família Colares.
O escrete de Capone, Paulão e do técnico Pedro Rocha inspirou a fundação do clube. Os fundadores são torcedores do Remo, eliminado pelo Mogi Mirim no Campeonato Brasileiro da Série B de 1995, ano em que o Sapo esteve próximo de alcançar a elite nacional, ficando em terceiro no quadrangular final em que subiram Coritiba e Atlético-PR.
Na ocasião, o hoje técnico Marcos Colares, o Marquinhos, era uma criança apaixonada por futebol e com influência nas decisões da família. O pai Paulo Colares, hoje presidente de honra do Mogi, já tinha uma história no futebol amador e decidiu convidar algumas crianças para se juntar ao filho e montar um time no bairro, na categoria mirim. Foi então que Marquinhos sugeriu o nome. “Mogi ficou na mente por causa do Remo. Aí pensei em mirim porque era criança, com Mogi, virou Mogi Mirim”, relembra Marquinhos.
A cor vermelha foi mantida, mas o time é rubro-negro, com o preto substituindo o branco e um símbolo diferente, sem relação com o original.
Como no Amador local, muitas equipes levam nomes de equipes de expressão nacional e mundial, como Chelsea, São Paulo, Barcelona e Criciúma, o nome do time de Cidade Nova gera curiosidade na cidade. “Eles perguntam, por que Mogi, de onde você tirou isso”, conta, revelando que o maior rival do Mogi também tem um nome diferente, o Só Cachaça.
Apesar de ser um dos times mais fortes do Amador, o Mogi de Ananindeua sofre com uma sina: morrer nas semifinais. Embora não apaixonado pelo Sapo, Marquinhos procura sempre acompanhar as notícias do time do interior paulista e lamenta que a equipe não figura mais na Série B do Brasileiro. “Soubemos que o Mogi foi bem no Paulistão, mas morreu na semifinal. Igual o Mogi de Belém mesmo”, brincou.
Com o passar dos anos, o clube amador cresceu, se tornando um dos mais conhecidos de Ananindeua. O sucesso motivou a criação de uma nova liga amadora, em 2011. No primeiro ano, 10 clubes eram filiados. Hoje, o número está próximo dos 50, reunindo mais de 23 bairros de Belém e região metropolitana.
O futebol amador local é forte, semi-profissional, com jogadores que atuam em troca de dinheiro, como é comum em Mogi Mirim. Finais são realizadas no Estádio Olímpico do Pará, o Mangueirão, chegando a receber 2,5 mil pessoas. Já os demais jogos do Mogi do Pará, assim como o original, não atraem tanta torcida. A média local é de 150 torcedores.