Construir um município capaz de suportar a frota cada vez maior de veículos que cresce ano a ano e levar aos usuários condições aceitáveis no trânsito não são tarefas fáceis para qualquer governo. Além de criar meios que possibilitem um bom fluxo de veículos, lidar com o grande número de ruas, cruzamentos e vielas, seja na cidade grande ou no interior, é trabalho que requer debate, planejamento e muito estudo.
Hoje em dia, o número de carros, motos, peruas, vans ou qualquer outro tipo de transporte deixa a zona urbana cada vez mais cheia, mostrando que andar a pé ou utilizar o transporte público é algo que nem de longe é tratado como prioridade para uma infinidade de brasileiros.
Neste primeiro semestre, Mogi Mirim vem sendo tomado por uma série de mudanças viárias, causando o debate e opiniões diversas de inúmeros usuários, em qualquer parte da cidade. Não é de hoje que o trânsito local é marcado por uma maciça quantidade de veículos e adaptá-lo às atuais necessidades é um trabalho que exige extrema cautela e prudência.
A última novidade, talvez a mais controversa e motivo de descontentamento até aqui, aconteceu na última segunda-feira, quando do dia para a noite, osmotoristas que trafegam pela Rua José Bonifácio não puderam mais fazer a conversão à esquerda, sentido Rua do Tucura. O trecho era de mão dupla e agora possui mão única para quem vem da Avenida Brasil, obedecendo o sentido bairro-centro. Uma das opções é seguir até a Praça Lions, nas proximidades da Escola Técnica Estadual (Etec) Pedro Ferreira Alves para acessar a Avenida Brasil e finalmente chegar à rua na zona Norte. O resultado foi uma dúvida sem tamanho na cabeça dos motoristas, que perdidos, não sabiam como trafegar e que destino tomar.
A situação coloca em xeque quais os reais benefícios das mudanças praticadas no trânsito. Existe a clara sensação de que elas vêm sendo realizadas sem o planejamento ideal em relação ao preparo do local que recebe as mudanças assim como o aviso ao munícipe. No caso da Avenida Brasil, tampouco a imprensa foi comunicada. Falta aviso e um trabalho maior de divulgação a fim de tornar essa mudança adequada para quem instala e quem trafega. O efeito prático não é o esperado e a população está pouco preparada para novidades tão repentinas.
Hoje, a impressão para quem mora em Mogi Mirim é a de não saber aonde ir e que caminho tomar. É necessária uma reflexão antes de tirar o carro da garagem para definir qual o melhor trecho a ser seguido.
Não se pode duvidar da boa intenção dos projetos desenvolvidos e aplicados pela Secretaria de Mobilidade Urbana, mas sim, sua real eficácia perante os motoristas, pedestres e o trânsito de uma maneira geral, hoje, um nó sem tamanho.