Em tempos de pandemia, tem muito torcedor reclamando pela falta que faz ver seu time de coração. Entre tentativas de encontrar soluções para a retomada do Campeonato Paulista, vetado, em março, pelo Governo do Estado, há quem esteja há dias sem ver seu clube atuar.
Mas, aqui em Mogi Mirim, estamos há muito mais tempo com esta dor. E não é por força maior. No último dia 25 de março, o Mogi Mirim Esporte Clube completou exatos três anos sem atuar em uma partida oficial do estadual. Sabe quando foi a última vez que isso ocorreu? Há 60 anos!
O Sapo se profissionalizou em 1954. Jogou também em 1955, 1957 e 1958. Retornou ao amadorismo, disputando o Municipal e realizando amistosos. Algo normal para a época. De toda forma, em 1961, completou três anos longe do profissionalismo. Mas não jogado à própria sorte em uma vala de recordes de dívidas, de crise administrativa e com o patrimônio abandonado, por mais que a coletividade alvirrubra siga esperançosa pelo retorno dos melhores dias.
Nas mãos da atual gestão, o clube se despediu do Estadual com um rebaixamento na Série A3. No dia 7 de março até venceu o União Barbarense, por 2 a 1, em Itapira. Isso mesmo. Uma das marcas da atual “Era” é a ausência de competência para liberação do Estádio Vail Chaves, um problema recorrente, sobretudo, em 2017 e 2018.
Depois, em 11 de março, um dos maiores vexames da história do Sapão em 117 anos de história. A descrição no site da Federação Paulista de Futebol sobre o motivo para o Mogi perder por W.O para o EC São Bernardo, está eternizado. E na conta da “gestão”.
“Estádio Vail Chaves Interditado e não houve solicitação do clube para a alteração de local”. Isso mesmo. Apesar de estar ciente durante todo o campeonato da necessidade de oficiar a mudança do mando para o Estádio Chico Vieira, em Itapira, a diretoria proporcionou este vexame. Depois disso? Uma despedida desonrosa para a tradição do 18º clube que mais jogou na Série A1 em quase 120 anos de história.
Goleadas sofridas, como visitante, diante do Rio Branco (1 x 4) e do Marília (4 x 0) e uma despedida, no tal 25 de março de 2018, perdendo por 5 a 1 para o Desportivo Brasil, em Itapira. Esta foi a nossa última vez em um jogo do estadual mais importante do país.
E isso já em seu terceiro escalão, algo que não experimentávamos desde 1981, antes mesmo de Wilson Fernandes de Barros assumir o clube e guiná-lo à elite, o seu local mais comum desde a profissionalização de 1954.
Nosso último gol em estaduais? Americano pôs a bola na rede. E, a torcida, não coloca os pés no estádio para ver o Sapo em um estadual há três anos. Saudades, torcedor? Caso sim, lute. Lute para que o cenário mude e o clube saia das garras que o tiraram da trilha das glórias. Ainda há tempo!
CRÉDITO DA FOTO: Arquivo/Silveira Jr.