O descaso da atual administração do Mogi Mirim parece não ter fim. Agora, o principal patrimônio do clube sofre com o desleixo. No último final de semana e em alguns dias desta semana, o portão principal do Estádio Vail Chaves, que neste ano não abrigou nenhum dos oito jogos do Sapo em casa, pela Série A3 do Campeonato Paulista, devido à falta de laudos exigidos pela Federação Paulista de Futebol (FPF), permaneceu aberto não apenas ao longo do dia, mas também à noite, invadindo a madrugada.
A situação foi presenciada no dia 10 e 11, alertado por torcedores e demais munícipes pelas redes sociais e confirmado in loco por O POPULAR nas noites dos dias 12 e 13. No restante da semana o portão permaneceu fechado. A reportagem pôde entrar no estádio na segunda-feira, dia 12, por volta das 19h30. Nenhum jogador ou funcionário se faziam presentes e apenas um veículo ocupava uma das vagas no estacionamento.

Função do jogador?
O Mogi, via assessoria de imprensa, informou que em virtude de alguns atletas estudarem no período noturno, no retorno ao estádio acabaram não fechando o portão, tarefa que também passou batida por um funcionário do clube. O curioso é que aula alguma é realizada aos domingos.
A situação gerou inúmeras críticas pela cidade. Em grupos de aplicativos de mensagens instantâneas, como o WhatsApp, a indignação foi forte no final de semana. Inclusive, na base da brincadeira, houve até a sugestão para que os interessados pudessem “bater uma bolinha” no estádio, o que não aconteceu na prática. O sentimento de abandono era evidente, aumentando ainda mais a ira dos torcedores e simpatizantes do clube.
Sujeira
Na tarde de quarta-feira a reportagem esteve no Vail Chaves e, mais uma vez, conferiu a total falta de manutenção e cuidado da diretoria com o patrimônio. Localizado atrás da arquibancada principal, popularmente conhecida como tobogã, o terreno utilizado para estacionamento de carros em dias de jogos lembra o cenário encontrado em áreas públicas da cidade.

Além do mato, que de tão alto já tomou conta de parte do espaço, muita sujeira está espalhada. Pode-se encontrar de tudo. Caixas e frascos de produtos de limpeza, copos descartáveis, garrafa de isotônicos, sacolas, papelão e até embrulhos plásticos de fardos de cerveja em lata, em cena que mostra bem o estado de degradação.
Perto ao túnel que dá acesso ao gramado usado pela equipe de arbitragem o matagal também é visto, assim como um bebedouro, abandonado. O gramado apresenta imperfeições e a área do campo usada para aquecimento e demais atividades dos atletas, atrás do gol dos visitantes, ao fundo do estádio, tem a grama alta e com falhas, dificultando ainda mais o trabalho.

Falta de energia deixa jogadores sem uniforme de treino
A situação no Mogi Mirim é tão caótica que afeta diretamente a rotina dos atletas. Na terça-feira, dia 13, a falta de pagamento resultou no corte da energia elétrica de parte do estádio, deixando o alojamento em que os atletas moram e a cozinha sem força.
Isso resultou em banhos de água fria e até a impossibilidade na lavagem dos uniformes de treino, o que obrigou o cancelamento do treinamento previsto para a tarde da última quinta-feira. Segundo o clube, a energia foi restabelecida na sexta-feira, o que garantiu o treinamento. A alimentação oferecida aos atletas não seria a ideal, segundo uma fonte ouvida pela reportagem.
Faltariam mantimentos para uma refeição como, por exemplo, um café da manhã com leite e pão, mas sem manteiga, ou com pão e manteiga, mas sem leite. “Não é uma alimentação de atleta, que possui uma suplementação diferenciada”, ouviu a reportagem.