Finalizando esta série de artigos sobre o município de Mogi Mirim, em 1874, conforme o censo realizado naquele ano, serão focalizados o abastecimentos de água potável, o vestuário masculino, feminino, dos escravos e dos administradores da época.
Abastecimento de Água Potável
Não existia água encanada e farta (isso somente ocorreu em 1887). O povo recorria aos três chafarizes no centro da cidade e também à famosa Biquinha, que ficava nas proximidades do Centro Cultural. As mucamas levavam o precioso líquido em potes e enormes vasilhas de barro, transportadas sob a cabeça e, não raro, essas peças espatifavam-se ao menor deslize. Resultado: castigo para as pobres escravas!
Vestuário
Os trajes variavam muito de acordo com as possibilidades financeiras. Os fazendeiros, com as tradicionais botas de cano alto, o indefectível e protetor chapéu de abas largas, a garrucha na cintura, calças e camisas de algodão claro, lenço no pescoço. Suas esposas, e as mais ricas, com vestidos importados, prevalecendo a renda e os bordados franceses, artísticos chapéus e sombrinhas rendadas. Os escravos e as mucamas, com roupas de chita e gorgurão, pés no chão. As mucamas cozinheiras com o obrigatório lenço enrolado na cabeça e saias longas, brancas.
Em linhas gerais, este é um retrato de Mogi Mirim, de 1874, cidade então pacata, com um povo de vida modesta, mas saudável, e sem os atropelos e disputas sociais da atualidade, habitantes superreligiosos e felizes na medida de suas possibilidades.
Administradores
Em 1° de janeiro de 1874, assim estava formada a Câmara Municipal que administrava Mogi Mirim: presidente – coronel José Guedes de Souza (Cel. Guedes); vereadores – Major Domingos Sertório, tenente Luiz Quintino de Brito, capitão João Chysóstomo Bueno dos Reis, Francisco Bueno de Godoi, doutor Francisco Alves dos Santos, comendador Antonio Joaquim de Freitas Leitão (Cel. Leitão), cônego Luiz José de Brito (vigário da Paróquia de São José) e doutor Antonio Pinheiro de Ulhoa Cintra (Barão de Jaguara).
Legenda da Foto:
Nas grandes festividades que marcaram a realização da primeira missa do Padre Brandão, em Mogi Mirim, aspecto da procissão que saiu da casa de seu pai, José Brandão, na esquina das ruas Conde de Parnaíba com Paissandu. Ao centro, o padre Brandão e diversos sacerdotes e, mais ao fundo, Atilio Dédalo. À esquerda, as irmãs do padre, Fifi e Nely, Vitorio Cerrutti, Benedito Vaz, Sabastião Tesch. À direita, os pais do novo sacerdote, Nhá Brandão e José Brandão, e, mais ao fundo, João Missaglia, Julio Monteiro da Rocha, D. Helena dos Santos Alves e seu esposo, o Prof. Constantino Alves. A procissão foi acompanhada por numerosas pessoas e abrilhantada pela corporação musical União Santa Cecilia, da Rua Conde de Parnaíba até a Igreja Matriz de São José.