A morte de Rayssa Gabriely Costa, de nove anos, após receber uma picada de escorpião, deixou a gravidade do problema em evidência nesta semana. Dados da Secretaria de Saúde revelam que em Mogi Mirim, neste ano, foram 49 casos de vítimas de ataques de escorpião. Os casos mais comuns são de pessoas com idade entre 21 a 30 anos. Foram 12 registros em 2014.
Em seguida, os escorpiões atingiram mais pessoas de 31 a 40 anos, seguido por moradores de 41 a 50 anos, ambos os grupos com nove casos de picada cada. Dentre os locais mais acometidos, o distrito de Martim Francisco, onde a menina morava, é o primeiro da lista, com quatro casos registrados.
Em seguida, aparece o Centro com a mesma quantidade de casos, seguido pelos bairros Jardim Flamboyant, CDHU e Santa Clara, com dois casos cada um. Os casos que ocorrem na zona rural são contabilizados como uma mesma região e teve seis casos confirmados neste ano.
De acordo com a médica responsável pela Vigilância em Saúde da Prefeitura, Anamaria Rímoli Gzvitauski, os ataques de escorpião são mais comuns do que se possa imaginar. “São comuns as picadas, mas são raros os casos como esse. As picadas de escorpião acontecem mais em crianças pequenas e em idosos”, disse.
“Esse é o primeiro caso de muitos que teve morte. No tempo que eu trabalho aqui, há mais de 15 anos, essa foi a primeira vez que eu vi uma morte por picada de escorpião”, revelou, surpresa.
“Temos escorpiões porque temos entulhos. A solução para acabar com os eles é acabar com os entulhos, onde eles tem comida e abrigo, porque eles gostam de locais escuros e quentes”, orientou, ressaltando a preocupação que os moradores devem ter com restos de construção próximos às suas residências. Ela afirma que se não tiver entulho, esses animais se afastam da cidade, rumo a locais com mata.
RELEMBRE O CASO
Rayssa Gabriely Costa foi picada por um escorpião no último final de semana, na casa em que morava com seu pai, no Distrito de Martim Francisco. Ela foi encaminhada à Santa Casa de Mogi Mirim, onde, por decisão médica, não chegou a receber o soro antiescorpiônico, sendo transferida para o Hospital das Clínicas da Unicamp, onde faleceu. Os soros são controlados pela Secretaria de Saúde do Estado, que, na microrregião, são armazenados na Santa Casa de Mogi Guaçu.