sábado, novembro 23, 2024
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Mogi Mirim x Vasco da Gama – Parte 2

Juro que ia falar em apenas uma edição sobre o épico confronto entre Mogi Mirim Esporte Clube e Vasco da Gama, em 1949. Não dá. Foi, sem dúvida, um dos maiores eventos realizados em nossa cidade e, mesmo que ainda não apresente aqui com a riqueza de detalhes que o confronto merece, esta série sobre os duelos do Sapo com o Cruzmaltino será concluído em três partes.

Enfim, o encontro com o Vasco repercutiu nacionalmente. No dia 24 de março de 1949, o Jornal de Notícias, do Rio de Janeiro (RJ), publicava: “O Vasco solicitou à FMF (Federação Metropolitana de Futebol), licença para jogar domingo, dia 3, em Mogi Mirim, com um conjunto local”.

A ideia era de que o confronto acontecesse no dia 3 de abril, dentro de uma agenda de enormes festividades pelo centenário de Mogi Mirim. Mas, oras. Se em 2019 comemoramos 250 anos, como que, em 1949, comemoram o centenário. Vale abrir um parênteses importante aqui.

Por cerca de 20 anos, como conta o colega Nelson Patelli Filho, foi comemorado em 3 de abril, de forma errônea, a fundação de Mogi. Era, na verdade, a data de elevação à categoria de cidade. E, exatamente naquele 1949, a festividade oficial se chamava “1º Centenário de Fundação de Mogi Mirim!”.

Na ocasião foi inaugurado o obelisco comemorativo à data, situado na Praça Rui Barbosa e defronte ao então Cine São José. Por lei sancionada em 1967, 3 de abril era até feriado por aqui. Até que, em 1969, uma nova lei alterou a data de comemoração para 22 de outubro (elevação da então Freguesia de São José de Mogi Mirim a Vila).

O próprio Patelli insiste que, em verdade, a fundação correta é 1º de novembro de 1751, quando Mogi se tornou freguesia e, para muitos historiadores, esta condição já deve ser válida como fundação. Mas esta é outra celeuma.

Naquele domingo, o duelo foi noticiado não só por nossas bandas. O Jornal de Notícias destacava: “Exibe-se hoje à tarde em Mogi Mirim o Vasco”. O periódico prosseguia, afirmando que o Cruzmaltino recebeu ótima proposta e que não titubeou em aceitá-la.

Quem traz detalhes ricos sobre o confronto é a historiadora Rosana Bronzatto, em material publicado na coluna “Pintaca & Rosana” do jornal A Comarca, em 2018. Na entrevista com Walter José Zenaro, a informação de que uma família abastada custeou a vinda dos cariocas.

O Vasco iria a campo com Hernani; Laerte e Sampaio; Romulo, Lola e Jorge; Nestor, Maneca, Dimas, Ipojucan e Mário. A partida seria apitada por Mário Vianna, um dos mais lendários árbitros da história do futebol. Porém, após fortes chuvas, o juiz declarou impossível a prática do futebol no Estádio Vail Chaves e a partida foi adiada. Duas semanas depois, o confronto final aconteceu e, na próxima edição, darei prosseguimento a esta história.

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