Um mogimiriano, de 25 anos teve a sua prisão preventiva decretada pela Justiça Federal por seu envolvimento em um esquema de tráfico internacional de drogas. Ele foi preso em sua casa, nas Chácaras Ypê, na manhã desta quinta-feira, 10. Os federais chegaram ao local por volta das 6h30 para cumprimento do mandado, busca e apreensão. Seu veículo, uma BMW, também foi levada pelos policiais.
A Operação ‘Shipping Box’ contra o tráfico internacional de drogas, lavagem de dinheiro e organização criminosa, foi deflagrada pela Polícia Federal na manhã de ontem. Investigações apontam que os alvos da ação são suspeitos de enviar cocaína para a Europa através dos portos de Santa Catarina e outros estados do país.
A ação envolveu cerca de 250 policiais com o cumprimento de 34 mandados de prisão e 50 de buscas e apreensão em 15 cidades nos estados de Santa Catarina (Joinville, Itapoá, Jaraguá do Sul, São Francisco do Sul, Itajaí, Navegantes, Balneário Piçarras, Barra Velha, Itapema, Canelinhas e Criciúma), Paraná (Paranaguá), Rio Grande do Sul (Rio Grande), São Paulo (Mogi Mirim) e Rio de Janeiro (Cabo Frio).
Cerca de seis toneladas de cocaína foram apreendidas e oito pessoas presas em flagrante. Para desarticular os criminosos financeiramente, foram “sequestrados” 68 veículos, 23 imóveis e duas embarcações, além do bloqueio de 30 contas bancárias dos investigados.
As apurações da Federal concluíram que, além do tráfico, havia um esquema de lavagem de dinheiro, através da criação de empresas fictícias e aquisição de ativos como ouro e até mesmo de criptomoedas.
De acordo com as informações da Polícia Federal, o mogimiriano, que já foi preso pela Polícia Militar de Mogi Mirim, é apontado como ponte entre traficantes internacionais, principalmente bolivianos, e o núcleo; para viabilizar a exportação dos entorpecentes.
Foi apurado que a organização criminosa contava com a colaboração de funcionários dos portos para facilitar a entrada destes produtos ilícitos, criação de compartimentos falsos em caminhões para transporte de traficantes e cargas de drogas para dentro do ambiente portuário e até a criação de empresas de logística de carregamento e transporte de contêineres para atrair a exportação de cargas legais que criassem a oportunidade de enxerto e embarque de cocaína.
Parte das cargas desta droga que vinha da Bolívia e eram inseridas em contêineres a bordo de navios com a Europa como destino. Já outra parte era pulverizada para abastecer organizações criminosas dedicadas ao tráfico para consumo interno.
O objetivo é desmantelar uma grande destas quadrilhas, instalada no Sul do país, voltada à prática de tráfico internacional de drogas, notadamente por meio da remessa de grandes cargas de cocaína a partir de diversos portos do Brasil.
O nome “Shipping Box” faz uma alusão ao método de atuação da organização criminosa, que usava o sistema de despacho marítimo de drogas escondidas em contêineres.
O mogimiriano foi levado à unidade da Polícia Federal de Campinas e, posteriormente, com os demais presos, conduzido às sedes da PF em Joinville e Itajaí, onde serão interrogados e, posteriormente, levados ao presídio regional de Joinville, onde ficarão recolhidos à disposição da Justiça Federal.