sábado, novembro 23, 2024
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Mogimiriano merecia valorização no Amador

Promovido pela Liga de Futebol Amador de Mogi Mirim (Lifamm), com verba recebida da Prefeitura, o Campeonato Amador procura valorizar os atletas com vínculo com a cidade, o que é justo. Como o poder público investe recursos na competição, é correto produzir um regulamento que incentive a atuação preferencial de jogadores de Mogi Mirim em relação ao de outras cidades, afinal não faria muito sentido a Prefeitura financiar um campeonato com predomínio da participação de não mogimirianos.

Em 2014, a participação de jogadores sem vínculos com Mogi Mirim foi proibida. Para a competição de 2015, com início previsto para maio, foi liberado um jogador sem ligação com a cidade por clube. A medida é positiva, pois permite uma elevação do nível do campeonato, com destaques de outras cidades. Se por um lado, é evidente que um atleta de fora ocupa o lugar de um nome de Mogi Mirim, por outro a participação de um grande jogador “estrangeiro” fortalece a competição e beneficia os torcedores, que podem acompanhar em sua cidade a atuação de grandes nomes da região.

Para definir o que se considera um atleta de Mogi Mirim, como ocorre todos os anos, a Liga estabeleceu uma relação de vínculos necessários. O atleta precisa ter dois de cinco vínculos com Mogi para não ser considerado de fora. Os vínculos são morar, estudar, trabalhar com registro em carteira assinada, possuir título eleitoral na cidade ou ter em seu nome o IPTU de uma propriedade em Mogi. O vínculo estudar vale para as matrículas em ensinos médio/fundamental/superior. Já o registro em carteira assinada deve ter data de admissão anterior a 2015. Da mesma maneira, o vínculo do título eleitoral não vale se a transferência tiver sido feita nesse ano para evitar que o atleta faça a alteração para criar de forma proposital um vínculo com Mogi.

O mais curioso e equivocado da relação de vínculos é não constar o requisito nascer em Mogi Mirim. De todos os vínculos, a naturalidade é a única imutável, impossível de ser alterada. Uma pessoa que nasceu em Mogi Mirim terá essa relação para a vida toda, independente de onde estiver morando. A importância do vínculo é tão especial que este requisito deveria bastar, ou seja, uma pessoa nascida em Mogi Mirim não precisaria de nenhum outro ingrediente para poder atuar no Campeonato Amador. Ser mogimiriano deveria ser o mais importante requisito.

Por uma série de razões na vida pessoal, como casamento, mudanças de emprego e necessidades, muitas pessoas que, nasceram em Mogi Miri, hoje residem em outras cidades. Muitos deles têm famílias em Mogi e sempre visitam a cidade quando podem. O vínculo é eterno e o laço jamais será desfeito. Diferente do título eleitoral que pode ser modificado a cada eleição, a naturalidade é perene.

Um mogimiriano que reside em Itapira, Mogi Guaçu ou Campinas ser proibido de disputar o Amador é tão absurdo quanto seria um brasileiro não poder disputar a Copa do Mundo pela seleção brasileira por estar jogando na Europa. O Campeonato Amador tem início previsto para maio. Há tempo suficiente para a Lifamm corrigir um erro cometido há anos de não valorizar o atleta da terra e alçar o mogimiriano para o patamar merecido, dando a ele o direito adquirido pelo berço de jogar a competição municipal.

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