Os moradores em situação de rua terão, com o início do inverno, um local para pernoitar, a partir dessa semana. Essa é mais uma ação da Secretaria de Assistência Social que anunciou, no último dia 23, a implantação do programa “População em Situação de Rua (PSR) – Inverno/2017”, projeto voltado para o atendimento desse grupo. A instalação para pernoite está localizada à Avenida Santos Dumont, 42, no bairro Aterrado, região da zona Sul.
A abertura estava prevista para segunda-feira, das 18h às 7h. Para usar o espaço, os moradores deverão obedecer algumas regras, como não portar armas e ainda não estar sob efeito de álcool ou drogas. Eles poderão tomar banho e terão alimentação garantida. Os animais de estimação, que costumam acompanhar essa população, também serão recebidos.
A iniciativa terá a duração de três meses, já que o Município presta atendimento diário à população de rua. Segundo a secretária de Assistência Social, Leila Iazzetta, os moradores em situação de rua são enturmados e vivem em uma espécie de “comunidade própria”. Em Mogi Mirim, aproximadamente 40 pessoas, que fazem parte dessa população, já estão referenciadas pelo Centro de Referência Especializada de Assistência Social (Creas).
O grupo compreende, em sua maioria, homens, com idades que variam entre 18 e acima 50 anos, dependentes químicos ou alcoólicos e com laços familiares completamente rompidos. No Creas, os usuários podem lavar suas roupas, de segunda a sexta-feira, e ainda recebem o café da manhã. Eles também são atendidos por uma assistente social e uma educadora social e, além do acolhimento, recebem orientação e têm escuta especializada para suas questões.
Durante o acompanhamento, os esforços são concentrados na localização da família e no resgate dos laços afetivos que estão fragilizados, rompidos ou são inexistentes. Leila explicou que as tentativas quase sempre resultam em fracasso porque a família não se sente em condições de acolher seu membro devido ao desgaste emocional da relação.
“É uma luta que já começa perdida”, declarou. Mesmo com a área apropriada para pernoite, não existe a garantia que o morador de rua compareça no local. Conforme argumentou a secretária, não há como obrigar uma pessoa a pernoitar em local que não seja de seu agrado ou escolha.
Fatalidade
A Prefeitura informou que o assassinato do morador de rua, no último final de semana, não está relacionado com a existência de um local público para dormir. A secretária explicou que o crime ocorreu pela falta de discernimento causada pelo excesso de álcool.
O grupo envolvido era amistoso entre si e partilhava local, alimento e companhia. O morador de rua morto estava cadastrado no Creas. As técnicas da Assistência Social estiveram no Instituto Médico Legal (IML), em Mogi Guaçu, onde identificaram a vítima e comunicaram a morte aos familiares, de outro estado.