quinta-feira, abril 10, 2025
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Moradores fazem abaixo-assinado contra mudança de pessoas em situação de rua

Os moradores da Ladeira São Benedito, região central da cidade, não aprovaram a decisão da Secretaria de Assistência Social de voltar a oferecer, diariamente, café da manhã e banho aos moradores em situação de rua, no imóvel da antiga sede da Guarda Mirim, localizada na mesma via. O serviço vinha sendo prestado no Centro de Referência em Assistência Social (Creas), que fica na esquina entre a Paróquia São Benedito e Santa Casa de Misericórdia.

Imóvel da antiga sede da Guarda Mirim, na Ladeira São Benedito, no Centro (Foto: Ludmila Fontoura)

Contudo, após reclamações de que as pessoas em situação de rua vinham causando incômodo na área da Praça Duque de Caixas, em frente à igreja, a mudança foi anunciada pela secretária de Assistência Social, Leila Iazzetta, no começo do mês, durante um encontro com representantes da Câmara Municipal, que teve como tema a realidade das pessoas em situação de rua.

Segundo Leila, o prédio, que deverá receber as pessoas nos próximos meses, será locado por um valor bem abaixo do mercado. “Utilizaremos a própria mão de obra dos moradores em situação de rua, pois dentre eles há pintores, pedreiros e outras qualificações para fazermos uma reforma gradativa no local”, explicou a secretária, em entrevista.

O anúncio pegou de surpresa os moradores da ladeira, que já preparam um abaixo-assinado contra a alternativa adotada pela Administração Municipal. A comerciante Bethania Bizigatto foi quarta pessoa a assinar o documento e teme por conta da insegurança, especialmente porque seu trabalho fica de portas abertas, embora disse entender a necessidade do acolhimento. “Uma pessoa entrou na farmácia e babou no balcão. E foi um cliente que retirou ela do local”, relatou Bethania, ao lembrar do recente episódio.

Responsável por organizar o abaixo-assinado, Maria Cecília Faria mora há mais de 30 anos ao lado da antiga sede da Guarda Mirim. De acordo com a moradora, o imóvel está sem uso há cinco anos e não comporta a mínima estrutura. “Tem telhados encostados a um metro do muro da casa da minha mãe. Totalmente inseguro para uma senhora de 89 anos ter uns vizinhos desses. Todos, clínicas médicas, farmácias, e comércio da região, são contrários à esta decisão”, afirmou.

Maria Cecília ainda contou que o problema já se arrasta há algum tempo, com os moradores em situação de rua se aglomerando na praça, levando colchões em lugares estratégicos de casas desocupadas, chegando até a fazer as necessidades fisiológicas no local. Para a moradora, o lugar escolhido para ser um segundo abrigo só está apavorando ainda mais as pessoas da região. “Junto com esses moradores de ruas se misturam drogados. É preciso ter, sim, um lugar para acolhê-los com dignidade”, argumentou.

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